Redução de IPI não foi suficiente para alavancar indústria, diz IBGE

Redução de IPI não foi suficiente para alavancar indústria, diz IBGE

Setores específicos foram beneficiados de forma exclusiva pela medida

AE

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A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) beneficiou apenas a produção dos setores contemplados, sem ter força suficiente para alavancar um crescimento mais robusto na indústria nacional em 2012, avaliou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A palavra 'robusta' a gente pode claramente descartar, mesmo que no período tenhamos visto alguns setores com crescimento 'substancial', especialmente os beneficiados pela redução do IPI, como automóveis, eletrodomésticos da linha branca e artigos de mobiliário", afirmou o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo.

Segundo ele, a redução do IPI fez com que a categoria de bens de consumo duráveis apresentasse desempenho bem diferente do setor industrial como um todo. Enquanto os bens duráveis apontaram avanço de 9,4% em outubro e novembro, na comparação com o mesmo período de 2011, o total da indústria cresceu apenas 0,8%. Já a categoria de bens de capital amargou queda de 7,7% no mesmo período. "A redução de IPI fica um pouco restrita aos setores em que está inserida. A medida traz algum tipo de benefício, em função do encadeamento de alguns setores industriais, mas que não acaba tão disseminado na produção industrial", avaliou o gerente do IBGE.

No ano, a produção industrial registra perda de 2,6%. Embora tenha havido movimento de ajuste nos estoques, Macedo aponta outros fatores que estão impedindo uma recuperação mais vigorosa da indústria. "Temos o endividamento das famílias, a recuperação mais lenta da expectativa dos empresários, o cenário adverso do mercado internacional que de alguma forma afeta a expectativa de investimentos, combinado com mercados internacionais importantes importando menos das nossas mercadorias. São fatores que ajudam a entender esse comportamento mais negativo no ano", citou.

Macedo lembra que os estoques em níveis altos prejudicaram a produção ao longo de alguns meses e, mesmo que tenham aparentemente chegado a um patamar próximo do desejável, outros fatores inibidores permaneceram. "Isso de alguma forma explica muito o comportamento mais errático da produção industrial", completou. No bimestre outubro-novembro, houve aumento de 17,7% na produção de automóveis, em relação ao mesmo período de 2011. A fabricação de eletrodomésticos cresceu 9,1%, puxada pelo resultado do setor de linhas branca (17,6%), enquanto a produção de artigos de mobiliário teve um avanço de 7,0%.

Por outro lado, houve queda de 30,3% na fabricação de outros equipamentos de transportes duráveis, que correspondem à redução na produção de motocicletas. "A produção de motocicletas teve queda com redução da jornada de trabalho e concessão de férias coletivas. O aperto no financiamento explica muito dessa menor evolução desses equipamentos na produção de bens duráveis", assinalou.

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