"São necessárias medidas duras nos Estados", diz Meirelles
Com pouco mais de um mês para União selar acordo sobre dívidas, ministro da Fazenda analisa situação
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"São necessárias medidas duras inclusive nos Estados e uma análise muito rigorosa de qual é o acordo possível. Precisamos resolver o que vamos fazer", destacou durante uma entrevista para um pequeno número de jornalistas. O ministro lembrou ainda que os entes da Federação não podem ficar sem pagar funcionários, como aconteceu com o Rio de Janeiro.
O dirigente da Fazenda lembrou ainda que, assim como no governo federal, houve crescimento "bastante relevante" das despesas públicas estaduais. "É o momento de enfrentar tudo isso", disse. As críticas que o governo sofreu com os pedidos de contrapartidas pelos Estados foi defendida por Meirelles. Ele avaliou ser "inevitável" que os Estados façam sua parte. "Da mesma maneira que a União já tem e está tomando medidas duras, é necessário que os Estados também o façam", destacou, evitou, no entanto, comentar qualquer possibilidade de moratória.
O ministro está encarando a negociação de agora como uma "nova rodada entre o governo federal e os Estados". Na década de 90, os entes da Federação e a União discutiram uma renegociação da dívida. "A meta agora não é anunciar medidas bombásticas e criarmos uma sensação muito rápida e que depois crie frustração e enfraqueça o processo de ajuste", afirmou.
Durante o julgamento do mérito sobre os cálculos das dívidas estaduais, o Supremo Tribunal Federal deu 60 dias para que a União e os Estados entrem num acordo quanto ao tema. A decisão foi tomada em 27 de abril.