Semana terá divulgação de novas taxas de inflação

Semana terá divulgação de novas taxas de inflação

Desde que a Selic teve o seu primeiro corte em três anos, a expectativa é de mais redução no indicador oficial de preços, o IPCA

Simone Schmidt

Controle relativo dos preços aumenta a expectativa de que não seja mais necessário subir juros

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Analistas e players do mercado estarão ainda mais atentos aos índices de inflação durante esta semana. Desde que a taxa de juros Selic teve o seu primeiro corte em três anos, caindo de 13,75% para 13,25%, a expectativa é de mais redução no indicador oficial de preços, o IPCA, que deverá ter seu resultado anunciado pelo IBGE nesta terça-feira.

O juro mantido em alta nos últimos três anos era justificado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central como uma necessidade para segurar a inflação. Com desacelerações apontadas pelo levantamento de preços ao longo dos meses, o Copom definiu que poderia fazer mais reduções na Selic, prevendo os cortes inclusive em ata de reunião, possivelmente meio ponto a cada novo encontro.

A decisão estaria apoiada no fato de que até o momento o IPCA de janeiro a julho deste ano acumula 2,99%. Neste mesmo período de sete meses, no ano passado, o resultado era maior e chegava a 4,77%. A expectativa dos especialistas agora está voltada para a taxa de janeiro a agosto a ser divulgada nesta terça.

Em 2022, o intervalo dos primeiros oito meses era de 4,39%. Com os preços sob relativo controle, a expectativa é que não seja mais necessário subir juros. Quando a inflação tomava corpo no mundo todo, até o ano passado, para conseguir fazer uma espécie de "barreira" na alta de preços o Banco Central mantinha o nível da Selic em alta para poder ampliar o "custo do dinheiro", ou seja, ficava mais caro tomar empréstimos, fazer financiamentos, e esse movimento forçava as pessoas a consumir menos e a baixar a procura por produtos de todo o tipo, consequentemente enfraquecendo a inflação e desacelerando preços. 

A chamada "prévia" da inflação, o IPCA-15, também traz pistas. O indicador relativo a agosto, igualmente apurado pelo IBGE, apontou 3,38%, mas mostra apenas o período dos 15 primeiros dias do mês. Quanto às previsões dos analistas do mercado financeiro, o cálculo feito para o final deste ano, divulgado pelo Boletim Focus do Banco Central na última semana, trazia estimativa de 4,92% ante uma análise anterior de 4,90%. E antes destas duas leituras a expectativa era de 4,84%.

Recentemente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em declarações à imprensa, lembrou que o aperto monetário nos Estados Unidos fez pressão sobre os mercados emergentes e, ainda, a desaceleração na atividade econômica e no comércio exterior da China também trouxe preocupações aos investidores de todo o mundo. Principalmente por esses motivos, Campos Neto afirma que a batalha contra a escalada dos preços não está ganha.

"A China enfrenta uma variedade de desafios mundiais de curto e longo prazo, desafios econômicos que monitoramos cuidadosamente", assinalou Janet Yellen em Nova Delí, na Índia, durante a cúpula do G20. Ela lembrou que ainda persistem temores de que a desaceleração da atividade no país asiático, o risco de recessão na Europa e a inflação elevada em países desenvolvidos e em desenvolvimento provoquem queda na demanda por produtos chineses, o que também poderia afetar negativamente a economia do mundo todo.

Além do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado terça, na mesma data sairá o resultado também de outro indicador, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com ganho de até cinco salários mínimos por mês, ou seja, até R$ 6,6 mil. Este segundo indicador também é importante porque retrata os preços em um universo que engloba a maioria dos assalariados da população brasileira, usado ainda na maior parte das negociações de acordos coletivos salariais entre empregadores e empregados.


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