O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 30, que vai reduzir as tarifas de importação sobre produtos chineses de 57% para 47%, após se reunir com o líder da China, Xi Jinping, em Busan, na Coreia do Sul.
Segundo Trump, a decisão resultou de um entendimento para conter as tensões comerciais e inclui promessas de Pequim de restringir o envio aos Estados Unidos de substâncias químicas usadas na produção de fentanil.
O encontro, que durou pouco mais 1h40, marcou a primeira reunião direta entre os líderes desde a escalada tarifária iniciada neste ano. Trump vinha ameaçando um aumento de até 100% nas tarifas, mas afirmou a jornalistas a bordo do Air Force One que "não será necessário seguir com esse plano" após o diálogo com Xi.
Apesar do gesto de trégua, a China ainda não se pronunciou oficialmente sobre o resultado da reunião. Antes do encontro, Pequim havia sinalizado disposição para afrouxar controles sobre exportações de terras-raras - insumos essenciais para a indústria tecnológica - e retomar compras de soja dos Estados Unidos.
O alívio nas tensões trouxe otimismo aos mercados globais, que reagiram positivamente à possibilidade de um acordo comercial mais amplo entre as duas maiores economias do mundo. Ainda assim analistas ressaltam que os desafios estruturais permanecem, especialmente nas disputas por liderança tecnológica e industrial.
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Terras raras
Ao elogiar a reunião com Xi Jinping, Trump afirmou que a China concordou em continuar o fluxo de terras raras, minerais críticos e ímãs "de forma aberta e livre".
"Concordamos em muitas coisas, e em outras, inclusive de grande importância, estamos muito perto de chegar a um acordo", escreveu, ao dizer que se sentiu "honrado" por Xi ter autorizado a China a começar a compra de grandes quantidades de soja, sorgo e outros produtos agrícolas. "Nossos agricultores ficarão muito felizes! De fato, como já disse uma vez durante minha primeira administração, os agricultores devem imediatamente sair e comprar mais terras e tratores maiores", acrescentou.
Trump também voltou a dizer que Pequim afirmou que trabalhará com esforço para interromper o fluxo de fentanil em território americano e que a potência asiática concordou que iniciará o processo de compra de energia dos EUA.
"Uma transação em grande escala pode ocorrer em relação à compra de petróleo e gás do grande estado do Alasca", afirmou Trump. O presidente americano disse que o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, e o secretário do Interior, Doug Burgum, bem como as equipes de energia, se reunirão para ver se tal acordo energético pode ser concretizado. "Os acordos alcançados hoje trarão prosperidade e segurança para milhões de americanos", defendeu.