Alunos da Ufrgs promovem manifestação em Pró-Reitoria

Alunos da Ufrgs promovem manifestação em Pró-Reitoria

DCE pede a utilização da frota de ônibus da Universidade para locomoção dos alunos até os campi

Correio do Povo

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A retomada das atividades acadêmicas presenciais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), após as enchentes no Estado, foi marcada por manifestação estudantil. Na manhã de hoje (1º/7), o Diretório Central dos Estudantes (DCE/Ufrgs) esteve com um grupo de representantes no prédio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), no Campus Centro, em Porto Alegre, para expressar a difícil situação do transporte público após as cheias. O DCE entregou à Prae um documento, assinado por cerca de mil estudantes, que pede a utilização da frota de ônibus da Universidade para locomoção dos alunos até os campi. A reivindicação leva em conta que as estações Rodoviária e Mercado Público da Trensurb, por exemplo, ainda não estão em funcionamento. “A Ufrgs possui 42 veículos na sua frota, o que poderia atender um total de 852 estudantes. Nesse momento de calamidade, por que não utilizar da estrutura que a universidade já tem para conseguirmos que nossos colegas possam voltar às aulas?", argumenta Matheus Fonseca, coordenador do DCE.

Mobilidade prejudicada

Para Náthally Kaiser, estudante de Relações Públicas da Ufrgs e moradora de Canoas, a logística de locomoção até a Universidade está inviável — assim como o custo envolvido. Devido à falta de trens, a graduanda utiliza transporte por aplicativo. Ela relata o aumento no preço das corridas. “Uma viagem de ida e volta para a faculdade, que me custava, no máximo, R$ 60, agora está custando no mínimo R$ 100. Isso sem contar que o hora de ir para a faculdade, que normalmente já é penoso por causa do horário de pico, agora está muito pior”, afirma. A estudante Nicole Jacoby faz coro à colega. “O retorno [para casa] fica complicado. O último ônibus sai às nove [da noite], e a não ser que a aula termine às oito, oito e meia, não chego a tempo. Acho mais do que justo ter a utilização da frota dos ônibus da Ufrgs. Não adianta de nada eles ficarem parados, sendo utilizados apenas para saídas de campo e pesquisas, quando tem milhares de estudantes precisando desse transporte no momento”, diz.

Aos estudantes que não conseguem frequentar as aulas presenciais, a Ufrgs possibilita o cancelamento das disciplinas sem prejuízo na matrícula. Para Náthaly, a alternativa não supre o prejuízo. “Eu me sinto desrespeitada como estudante quando eles dizem sobre poder cancelar a cadeira. Eu já tive que me adaptar a todos esses semestres atropelados e não quero cancelar cadeira alguma. Ter atividades complementares enquanto meus colegas têm aula não me agrada também, pois a sensação é de que não faz diferença esse aluno que não pode ir”, declara. A Assessoria de Comunicação da Ufrgs informou à reportagem que o pedido de esclarecimentos sobre o assunto "foi enviado ao secretário de Comunicação para atendimento".




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