"Botão do pânico" começa a operar em escolas de Porto Alegre

"Botão do pânico" começa a operar em escolas de Porto Alegre

Sistema de comunicação instantânea só deve ser utilizado em casos de ataque e de graves ameaças

Correio do Povo

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O “botão do pânico” ou “botão de emergência” entrou em operação a partir desta segunda-feira nas 98 escolas municipais e nas 217 escolas conveniadas em Porto Alegre. O sistema de comunicação instantânea é uma parceria entre a prefeitura da Capital, o Instituto Cultural Floresta e a empresa BeOn. O aplicativo deve ser acionado pelos responsáveis dos estabelecimentos de ensino somente em casos de ataque e de graves ameaças contra a comunidade escolar.

“A gente torce para que não precise usar”, declarou nesta manhã o secretário municipal de Segurança, Alexandre Aragon, à reportagem do Correio do Povo. Ele recordou que outras medidas de segurança já existiam nas escolas municipais, como vigilância, sistema de alarme e monitoramento por câmeras. “O diferencial desse 'botão de pânico' é que ele permite que a pessoa acione os órgãos de segurança e o centro de operações da prefeitura a partir de qualquer local, mesmo que ela esteja escondida”, explicou. Alexandre Aragon destacou a facilidade e rapidez do acionamento ao invés da ligação telefônica para os órgãos de segurança pública.

O secretário municipal de Segurança ressaltou que os professores e funcionários estão sendo treinados para o uso do aplicativo em situações de extrema emergência, como uma iminente ameaça à integridade física dos alunos e docentes, sendo obedecido um protocolo. Um dos locais em que o sistema já está em operação é a Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antônio Satte, no bairro Rubem Berta. A diretora Cristiane de Oliveira Leite disse que se sente “mais aliviada no sentido de saber que em qualquer situação de emergência nós vamos ter uma pronta resposta da segurança em situações críticas”.

A escola, que existe há 35 anos, conta com 980 alunos, 79 professores e 23 funcionários nos três turnos. “A gente trabalha insistentemente sobre bullying com os alunos, no sentido de promover a paz, que eles tenham a consciência da importância de não cultivar coisas ruins”, contou. Citou projetos culturais dos docentes e um grupo de trabalho formado com os pais, que “estão dispostos a ajudar na segurança da escola”.

A Escola Municipal de Educação Básica Doutor Liberato Salzano Vieira da Cunha, no bairro Sarandi, também já está preparada. A diretora Izabel Brum Abianna também espera que o “botão do pânico” nunca seja usado e reconheceu que o sistema favorece um “sentimento de segurança”.

Fundado há 69 anos, o estabelecimento de ensino possui em torno de 1,5 mil alunos e tem 114 professores e 31 funcionários. A diretora lembrou que o aplicativo será utilizado apenas em situações drásticas. Paralelamente, Izabel Brum Abianna determinou uma ação que considera muito importante, que é a restrição de acesso na portaria da escola. “Ficamos com a chave na mão. Os professores não podem mais abrir o portão. Então ninguém pode nem entrar e nem sair. É essencial redobrar esses cuidados diários”, frisou. Ela adiantou ainda o erguimento do muro para uma altura que deixe o ambiente seguro, pois atualmente “ele não é muito alto”.




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