Movimentos garantem desocupar escolas nesta quinta no RS

Movimentos garantem desocupar escolas nesta quinta no RS

Acordo foi feito entre o Comitê das Escolas Independentes e o governo do Estado

Camila Diesel/Rádio Guaíba

Movimentos das ocupações nas escolas já dura há 41 dias

publicidade

O prazo para que os estudantes desocupem as escolas da rede estadual, termina nesta quinta-feira, após ser definido em reunião entre o Comitê das Escolas Independentes (CEI) e o Governo do Rio Grande do Sul, na tarde dessa terça-feira. Em nota, o Comitê, que representa 20 instituições de ensino no Estado e no interior, declarou que o prazo de desocupação vai ser respeitado. Segundo o texto, o Governo assegurou que não serão criminalizadas as manifestações estudantis, nem punidos os alunos e professores envolvidos no movimento. As escolas representadas pelo CEI que ainda estão ocupadas serão liberadas nesta quinta, até o meio-dia.

As manifestações nas escolas já duram 41 dias em todo o Rio Grande do Sul. Os estudantes entendem que a vitória foi parcial. Conforme Tobias Camisolon, o movimento não acabou. “Esse foi o pontapé inicial. A gente vai seguir lutando pelo que a gente acredita”, alertou.

Para esta sexta, os estudantes programaram uma mobilização chamada de “Largo Vivo das Escolas Independentes Ocupadas”, a partir das 18h, em frente ao Paço Municipal, no Centro de Porto Alegre. A ideia, segundo o evento criado no Facebook, é levar as pessoas às ruas, em um ato “político e cultural, por uma educação pública, libertária e de qualidade”. Segundo a mesma página, novas ocupações não estão descartadas caso os governos de José Ivo Sartori e Michel Temer, ambos do PMDB, realizem privatizações na educação.

Outra representação dos estudantes é o Comitê das Escolas Organizadas, que fechou acordo com o governo ainda na semana passada. A aluna Isabela Monteiro estima que ainda estejam ocupadas 15 instituições de ensino representadas pelo Comitê, que devem ser liberadas também até esta quinta. “As ocupações foram muito importantes pra unificar novamente o movimento estudantil, que ainda vai ter muitas conquistas, além das que já teve”, declarou.

Segundo ela, a luta segue agora contra o Projeto de Lei 190/2016, de autoria de Marcel Van Hatten, que, segundo os alunos, “criminaliza o professor que expressar opinião política em sala de aula”.

Ocupações começaram em maio

As ocupações começaram em 11 de maio, quando alunos do Colégio Estadual Coronel Emílio Afonso Massot, no bairro Azenha, em Porto Alegre, decidiram montar acampamento no local. Durante o movimento, o Governo reconheceu 110 escolas ocupadas, enquanto os estudantes diziam serem cerca de 160, em todo o Rio Grande do Sul. Grande parte delas começou a ser desocupada ainda na última quinta, conforme a Secretaria da Educação (Seduc). A expectativa é de que a liberação seja pacífica.

A principal reivindicação foi a retirada da Assembleia do PL 44, considerado privatista por ampliar a interferência da iniciativa privada em serviços públicos, como a educação. O Governo se comprometeu a deixar a discussão sobre o texto para 2017.



Férias no Ceclimar, Vagas de graduação e Doutorado Ufrgs: Confira a agenda desta sexta-feira

Programação de verão do Ceclimar e vagas abertas na Ufrgs e Uergs

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895