Protesto de professores em Porto Alegre pede reajuste e manutenção de protocolos nas escolas

Protesto de professores em Porto Alegre pede reajuste e manutenção de protocolos nas escolas

Manifestações ocorreram em frente ao Instituto de Educação e com uma caminhada até o Palácio Piratini

Cláudio Isaías

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Os professores realizaram nesta terça-feira um protesto para exigir a reposição salarial de 47,82%, a manutenção dos protocolos sanitários nas escolas e o fim dos descontos nos contracheques. Durante a manifestação, os educadores e os funcionários de escolas denunciaram os incessantes ataques do governo Eduardo Leite aos trabalhadores da educação da ativa e aos aposentados. A presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, afirmou que os educadores gaúchos estão há sete anos com salários congelados - desde novembro de 2014. 

Os professores, com apoio de estudantes e de sindicatos, realizaram dois protestos: um na frente da sede do Instituto de Educação General Flores da Cunha, na avenida Osvaldo Aranha, e outro uma caminhada até o Palácio Piratini. "A nossa presença no Instituto de Educação é um símbolo da nossa luta porque queremos na instituição de ensino o projeto desenvolvido pela comunidade escolar e que o governo estadual quer mudar para construir um museu", ressaltou.

Segundo Helenir Aguiar, o governo estadual não reconhece a categoria e não chama os trabalhadores da educação para negociar. "É um absurdo o desconto do vale-transporte que o Executivo estadual pretende fazer. Essa redução do vale-transporte acontece no momento do retorno do professor para a sala de aula", destacou. Mais de 300 professores participaram da manifestação que em caminhada pelo corredor de ônibus da avenida Osvaldo Aranha, no sentido bairro/Centro, em direção ao Palácio Piratini. Vias como a rua Sarmento Leite, as avenidas João Pessoa, Salgado Filho e Borges Medeiros e a rua Jerônimo Coelho ficaram com o trânsito lento e congestionado. Os professore carregavam cartazes com mensagens contra o governo estadual: "Desconto do vale-transporte é imoral. Basta de ataques à educação"; "Junto na defesa do IE. Leite, inimigo da Educação"; e "Funcionários de escola representam 90% dos piores salários do RS". 

Protesto ocorreu na avenida Osvaldo Aranha, em frente ao Instituto de Educação / Foto: Guilherme Almeida 

Entrega de proposta 

No Palácio Piratini, um grupo de professores comandados pela presidente do Cpers entregou uma proposta de um projeto de lei na Casa Civil em que os educadores pedem um ressarcimento com o que gastaram em casa (luz, internet, água e computador,) durante a pandemia. O documento foi entregue também ao presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza (MDB), e a todos os deputados estaduais.

Conforme Helenir Aguiar, são sete anos sem nenhum centavo de reajuste o que deixa os educadores em situação de miséria. “Faremos uma pressão para que o governo estadual reserve recursos para pagar nosso reajuste. Também vamos deixar claro que não aceitaremos mais descontos em nossos contracheques. O governo ameaça novamente meter a mão em nossos salários, já tão esvaziados”, destacou ela.

Ainda em outubro, o sindicato dos professores protocolou junto à Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa uma proposta de emenda ao texto da Lei Orçamentária Anual (LOA), enviado pelo governador. A emenda busca inserir a recomposição salarial de 47,82% para os servidores ativos, inativos e pensionistas vinculados à rede estadual de ensino, na previsão orçamentária de 2022. Segundo Helenir Aguiar, a educação do Rio Grande do Sul padece cada vez mais com a política de arrocho salarial do governo Eduardo Leite. 

"Quando falamos dos menores salários, como os funcionários de escola, a situação fica ainda mais triste e desesperadora. Por isso reivindicamos não somente o reajuste pelo piso dos professores, mas uma reposição de salários que atenda toda a categoria”, ressaltou. Até o início da tarde, o governo estadual e a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) não haviam se manifestado sobre as reivindicações dos professores que tratam da reposição salarial de 47,82%, da manutenção dos protocolos de segurança nas escolas e do fim dos descontos nos contracheques dos docentes e dos funcionários de escolas.




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