TRF-3 mantém calendário de provas do Enem

TRF-3 mantém calendário de provas do Enem

Defensoria da União havia entrado com recurso pedindo adiamento do exame, mas Tribunal manteve decisão da Justiça de São Paulo


R7

Estudantes relataram por meio das redes sociais que teriam confundido as cores do cartão

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O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) manteve a decisão da Justiça Federal de São Paulo e as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) devem ser realizadas nas datas previstas — dias 17 e 24 (versão impressa) deste mês.

De acordo com o texto do desembargador Antonio Carlos Cedenho, o primeiro adiamento foi objeto de "debate político e acadêmico, mediante deliberação do Conselho Nacional de Educação, do Conselho Nacional de Secretários de Educação e do Comitê Operativo de Emergência do MEC, dos quais participam membros do corpo docente e secretários estaduais e municipais de educação."

No entendimento do TRF, a decisão foi tomada com a participação de setores diretamente interessados no Enem, não uma decisão isolada do Ministério da Educação (MEC). 
   
Ainda, segundo a decisão do Tribunal, "a suspensão do exame levará à desestabilização da educação básica e do ensino superior, em prejuízo das deliberações tomadas, do planejamento de realização da prova, dos programas de governo, de cunho assistencial e afirmativo (SISU, PROUNI, FIES e cotas sociais e raciais), e da vontade de parte significativa do corpo discente."

"Embora as infecções pelo novo coronavírus tenham se intensificado, devido, sobretudo, às festas de fim de ano, a observância das normas sanitárias minimiza o risco durante a prova."

Comparação

O TRF compara o exame às eleições para prefeitos e vereadores, "sintetiza um interesse público de difícil postergação, que condiciona o acesso ao ensino superior num país historicamente marcado pelas dificuldades de educação."

A Defensoria Pública da União (DPU) entrou com um recurso após a decisão da Justiça Federal de São Paulo negar o adiamento das provas. A DPU argumenta que não há como evitar a transmissão do coronavírus para estudantes e profissionais que vão trabalhar dos dias das provas. No pedido, o defensor regional de direitos humanos, João Paulo Dorini, classificou as medidas de biossegurança do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) como insuficientes para a prevenção do novo coronavíris.

"Caso as escolas estivessem preparadas e estruturadas para receber estudantes, certamente as aulas presenciais teriam sido retomadas de algum modo como, aliás, aconteceu em inúmeros países. E nem se compare a situação do Enem com as eleições, em razão do tempo que cada pessoa passará na sala de aula", diz um dos trechos do documento.

Pedido de adiamento

A Justiça Federal de São Paulo negou o adiamento das provas e manteve as datas do Enem 2020. A juíza Marisa Cláudia Gonçalves Cucio acatou pedido da Advocacia Geral da União (AGU) de que nova alteração de datas causaria prejuízos financeiros e também prejudicaria a formação dos estudantes.

A magistrada afirmou, na decisão, que o Inep oferece todas as medidas necessárias: "há informações suficientes sobre as medidas de biossegurança para a realização da edição 2020 do Enem". No entanto, no texto, ela destaca que em caso do aumento de casos de Covid-19, as autoridades sanitárias locais têm permissão para adiar o exame e caberá ao Inep providenciar novas datas.

O Amazonas foi o primeiro estado a pedir o adiamento das provas. Na noite de quarta-feira, a Justiça Federal suspendeu a realização das provas. A decisão liminar foi concedida pelo juiz federal José Ricardo de Sales. Na decisão, a Justiça determina que as provas devem ficar suspensas enquanto durar o estado de calamidade pública decretado pelo poder executivo estadual.

O Amazonas tem 219.544 casos confirmados de Covid-19, com 5.879 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde.

O R7 entrou em contato com o Inep para saber quando os estudantes do Amazonas poderão fazer as provas, mas até o momento não teve retorno.




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