Índia supera 7 milhões de casos de coronavírus

Índia supera 7 milhões de casos de coronavírus

Especialistas acreditam que balanço é muito maior no país, que está entre os mais afetados do mundo

AFP

Especialistas acreditam que balanço é muito maior no país, que está entre os mais afetados do mundo

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A Índia ultrapassou, neste domingo, 7 milhões de casos de coronavírus, um número próximo ao registrado pelos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump voltou a fazer campanha nove dias após testar positivo para a Covid-19.

Na Europa, as restrições aumentam diante de um agravamento da situação, enquanto o Brasil superou as 150 mil mortes em uma América Latina e Caribe que já contabiliza mais de 10 milhões de casos.

Com um aumento de quase 75 mil novos casos, o número total de pessoas infectadas subiu para 7,05 milhões na Índia. Especialistas acreditam que o balanço real é muito maior: o número de testes realizados no segundo país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes, é muito menor do que em muitos outros Estados.

O número de mortes na Índia - 108.334 até este domingo - permanece, porém, muito inferior que o dos Estados Unidos, que registrou 214.305 mortes ligadas à Covid-19, e do Brasil, que oficialmente tem dois milhões de casos de contaminação a menos do que a Índia.

O número de mortos por coronavírus por 100 mil pessoas é de 7,73 na Índia, em comparação com 64,74 nos Estados Unidos. Essa baixa mortalidade poderia ser explicada pela relativa juventude da população indiana, uma possível imunidade graças a outras doenças e também uma subestimação do número de óbitos.

O aumento das contaminações ocorre enquanto o governo indiano continua a suspender as medidas restritivas para estimular a economia, duramente atingida pelo confinamento rígido imposto em março. Mas os especialistas temem a próxima temporada de feriados, quando grandes multidões se reúnem para cerimônias públicas.

"Estou bem!" 

Entre a população indiana, muitas pessoas estão preocupadas. "Quando eu saio de casa, vejo muitas pessoas sem máscara", disse Jayprakash Shukla, um funcionário público aposentado de 66 anos. "Talvez estejam cansadas de usar máscaras, mas se as pessoas não mudarem seus hábitos, será um desastre para o nosso país".

A Índia é agora o segundo país com o maior número de contágios, depois dos Estados Unidos, que contabiliza 7,7 milhões. O presidente Donald Trump, que ficou hospitalizado a partir de 2 de outubro por três dias, mostrou-se tranquilizador no sábado, marcando seu retorno à corrida rumo às eleições de 3 de novembro com um discurso na Casa Branca feito para várias centenas simpatizantes. "Estou bem!", garantiu Trump, todo sorrisos, no início de um discurso de vinte minutos em que parecia em boa forma.

O médico da Casa Branca anunciou no sábado que Donald Trump não era mais contagioso. Ele deve retomar seus comícios de campanha no início da próxima semana, em um ritmo intenso: segunda-feira na Flórida, terça-feira na Pensilvânia, quarta-feira em Iowa.

Na Europa, um continente que tem mais de 6,2 milhões de casos de Covid-19 e quase 240 mil mortes, as novas restrições estão aumentando.

Na Alemanha, a maioria das lojas, bem como todos os restaurantes e bares, devem fechar das 23h às 6h, pelo menos até 31 de outubro. Com mais de 4 mil novos casos registrados oficialmente todos os dias, a chanceler Angela Merkel alertou que, se a disseminação da Covid-19 não se estabilizar em dez dias, o país tomará novas medidas.

A situação também está piorando na França, com um novo recorde de quase 27 mil casos em 24 horas, segundo dados oficiais na noite de sábado. O conselho científico do governo não descartou a possibilidade de reconfinamentos locais "se necessário".

No Reino Unido, o conselheiro estratégico do primeiro-ministro, Edward Lister, escreveu aos parlamentares do noroeste da Inglaterra, região particularmente afetada, dizendo que era "muito provável" a aplicação de regras mais rígidas em "algumas áreas".


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