1ª fase de estudo do Esqueletão em Porto Alegre pode ser concluída em março, diz coordenadora

1ª fase de estudo do Esqueletão em Porto Alegre pode ser concluída em março, diz coordenadora

Análises começaram em outubro do ano passado

Lucas Eliel

publicidade

A primeira fase do estudo do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), sobre o Esqueletão, pode ser entregue à prefeitura de Porto Alegre até o final de março. A informação é da coordenadora do projeto e professora doutora do curso de engenharia da universidade, Luciani Lorenzi. A partir da análise, composta em três etapas, o poder municipal definirá o futuro do prédio e se ele pode ser reutilizado ou não. 

A inspeção no Edifício Galeria XV de Novembro, popularmente conhecido como Esqueletão, é fruto de um acordo entre prefeitura e Ufrgs. A medida está relacionada à iniciativa do Executivo em modernizar a região central da Capital. Na primeira etapa, conforme Lorenzi, é realizada uma análise sobre as condições estruturais e de segurança que o edifício se encontra. Ao final, será apresentado um laudo ao poder municipal com todas estas informações.

A coordenadora afirma que a equipe já conseguiu notar vários problemas no Esqueletão, que serão incluídos no relatório. "A gente conseguiu mapear manifestações (problemas) e são consideráveis. Achamos corrosão (degradação do aço), infiltração. Os problemas estão generalizados. Eles ocorrem desde o térreo até o último pavimento. Todo o prédio está sem conservação", afirma. 

Segundo a professora, o prazo de finalização da etapa inicial do projeto pode variar, por conta do coronavírus. "Nos atingiu também a pandemia", disse ela, referindo-se a uma paralisação temporária dos serviços que precisou ser feita devido à contaminação de parte da equipe. 

Após a fase 1, dependendo do retorno da administração de Porto Alegre, os envolvidos no projeto devem estudar quais formas o edifício poderia ser recuperado. Já na terceira etapa, os profissionais avaliam os cenários possíveis de reutilização do espaço. O Leme recebeu da prefeitura um prazo de 13 meses para conclusão das análises, desde de outubro de 2021. O investimento para os trabalhos é de R$ 255 mil. "Nossa ideia é dar à prefeitura todas as ferramentas para que ela tome a decisão", diz.

Ainda no final de setembro, o prefeito Sebastião Melo, revelou que gostaria de ver o Esqueletão demolido. "Torço para que ele seja derrubado. Vamos ver o que será possível fazer, se um novo empreendimento ou algo do gênero", afirmou em entrevista à Rádio Guaíba. 

Trabalho com drones

Nas vistorias do prédio, são usados drones para ver com mais segurança alguns pontos. "A gente utiliza o drone como uma ferramenta que visualiza as fachadas. Assim, não precisa ficar colocando andaimes. O drone faz esse papel muito importante", enfatiza. Segundo a engenheira, em determinados momentos, o serviço com os artifícios tecnológicos foi dificultado em razão de ataques da população local aos equipamentos. "É a curiosidade. As pessoas ficam curiosas com algo que elas não veem todos os dias. Nós conseguimos contornar essa situação", afirma. 

Inspeção do Esqueletão conta com apoio de drones | Foto: Alina Souza 

Desocupação 

A desocupação do prédio, via decisão judicial, finalizada em setembro, foi fundamental para que as equipes pudessem trabalhar devidamente na inspeção, de acordo com Lorenzi. Segundo ela, as pessoas estavam correndo risco ao ocuparem o espaço, e é perceptível a diferença entre locais no edifício que eram e não eram utilizadas anteriormente. "Algumas manifestações (problemas encontrados) são em função do uso (Esqueletão)", destaca. 

Conforme a coordenadora, o projeto tem sido fundamental para que engenheiros que estão no mestrado e doutorado, e participam dos estudos, possam ver na prática como as análises podem impactar nos direcionamentos do edifício. "É um estudo inédito, muito completo, com uma metodologia criada pelo Leme", exalta. 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895