Após abastecimento, postos de gasolina acumulam filas em Porto Alegre

Após abastecimento, postos de gasolina acumulam filas em Porto Alegre

População foi até os estabelecimentos que teriam recebido o produto, conforme divulgado pela Prefeitura

Henrique Massaro

Prefeitura divulgou lista de estabelecimentos que teriam recebido caminhão-tanque nesta terça-feira em Porto Alegre

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A procura por gasolina ganhou um novo capítulo nesta terça-feira em Porto Alegre. Enquanto milhares de motoristas se enfileiravam por horas nas imediações de 24 postos divulgados pela Prefeitura em uma lista de locais com combustível disponível, outros estabelecimentos não informados eram abastecidos com o produto. A chegada do caminhão-tanque era uma surpresa para quem passava de carro e imediatamente formava fila, mas também para os proprietários.

Logo no início da manhã, um posto da avenida Getúlio Vargas recebia 15 mil litros de gasolina - 10 mil comum e cinco mil aditivada - e, em questão de instantes, já formava uma fila de veículos que se dirigiam para o local assim que viam a passagem do caminhão-tanque. De acordo com funcionários do estabelecimento, a carga havia sido encomendada na quinta-feira, mas não se tinha previsão de chegada devido à greve. “Vi o caminhão entrando, mas não estão falando que tem (gasolina) aqui”, afirmou Daniela Brum, uma das primeiras na fila.

Quem também não esperava pelo abastecimento era Emerson Debom, proprietário de um posto na avenida Icaraí, zona Sul de Porto Alegre. Assim como outro local, ele já havia solicitado a remessa há alguns dias, mas não esperava a chegada hoje pela manhã. Logo que foi informado, isolou a entrada para aguardar a chegada dos funcionários e conseguir atender o público, que já se formava ao longo da via. A gerente de RH Kelen Silva dirigia pela via quando viu o caminhão e parou para esperar. “Estou ansiosa para conseguir”, disse ela, que teve que avisar que não iria para o trabalho devido à possibilidade inesperada de abastecer.



Reclamações 

Durante a espera para abastecer, o público teve algumas reclamações. Uma delas era de quem se dirigiu até o local com galões e foi impedido de enchê-los. A determinação foi da Brigada Militar (BM), que estava no local e não permitia nem mesmo a utilização de recipientes aprovados no Inmetro, o que era permitido pelo Procon-RS. Segundo afirmaram os policiais, no entanto, o uso estava sendo evitado para não ocorresse nenhum princípio de tumulto. Ao longo da manhã, um fiscal do Procon foi enviado ao local para avaliar a situação. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o uso dos galões certificados é permitido junto à entidade, mas as polícias de alguns estados estão proibindo.

O início do abastecimento de veículos começou mais de meia hora depois da chegada do caminhão-tanque. Os primeiros automóveis abastecidos, no entanto, não eram de motoristas que estavam na fila, o que gerou a revolta de alguns deles. Conforme o proprietário do posto, havia necessidade de distribuir senhas para prestadores de serviços essenciais como Segurança Pública e que eram usuários do posto.

Se onde ninguém sabia que haveria combustível a fila já era grande, nos postos divulgados pela Prefeitura a quantidade de motoristas era ainda maior. O autônomo Roberto Aguiar aguardava em um posto da avenida Wenceslau Escobar desde às 2h e às 11h ainda não havia conseguido abastecer o carro, já que o local estava sem gasolina. Antes disso, ele já havia ficado cinco horas em um outro estabelecimento, também sem sucesso, mas, como precisa do automóvel para trabalhar, ainda não pensava em desistir. "Não saio daqui enquanto não abastecer, disse.

A Prefeitura havia divulgado uma lista de 24 postos que teriam combustível garantido por uma força-tarefa. Diante da falta nesses estabelecimentos, o Executivo informou que todos eles haviam sido abastecidos, mas que a gasolina acabou antes de todos os motoristas conseguirem abastecer. Ao longo do dia, ainda conforme o município, 60 locais deveriam receber o produto.

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