Comissão é criada para realizar o resgate do negro na cultura gaúcha
Nesta sexta-feira é comemorado o Dia Internacional de Combate ao Racismo
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A comissão também será responsável pela recomendação da elaboração de estudos, pesquisas e incentivo à realização de campanhas relacionadas ao melhor entendimento da importância dessa batalha, assim como da importância da comunidade negra na Revolução Farroupilha e do combate ao racismo e invisibilidade negra na cultura gaúcha. O diretor técnico da Figtf, Cláudio Knierim, afirmou que a comissão começa a atuar em um momento que o Rio Grande do Sul é palco de atitudes racistas principalmente no esporte. “É ocasião para reafirmar a importância do povo negro na construção da identidade do Estado”, explicou. Segundo ele, a comissão não vai se restringir a essa questão, mas vai promover a organização de atividades culturais e debates pelo interior, assim como encaminhamento de propostas ao Poder Público. Uma das propostas é incluir no calendário escolar e de eventos a data de 14 de novembro como abertura da Semana da Consciência Negra.
Dilmair Santos, liderança da União de Negros Pela Igualdade (Unegro), disse que uma forma de perceber o preconceito racial é analisar os números de assassinatos de negros no Brasil. “O Ipea apontou, em sua última pesquisa, no ano passado, que 92% dos assassinatos que correm no país são de jovens negros, principalmente na periferia. A polícia quando faz abordagem nas comunidades, primeiro saca a arma e atira no jovem negro, justificando que o jovem reagiu, mas na verdade o que está acontecendo é um extermínio”, destacou.
A comissão - criada pelo decreto estadual 50.843 de 12 de novembro de 2013 - é coordenada pela Figtf e é composta por representantes do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (Codene), Movimento Negro Unificado (MNU), Unegro, Movimento Quilombista e Organização de Mulheres Negras - Maria Mulher.