Coordenador de piquete pede desculpas por “senzala” no Acampamento Farroupilha
Tentativa de reproduzir história dos lanceiros negros gerou revolta e indignação
publicidade
Na instalação, que tinha uma fachada toda pintada de preto com a palavra Senzala em branco, manequins apareciam acorrentadas a pedaços de madeiras para representar a tortura que o povo negro sofria no período. O projeto causou muita revolta e indignação nas redes sociais e acabou sendo fechado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que repudiou “toda e qualquer forma de discriminação com o povo negro (Leia a íntegra da nota abaixo)”.
“Como foi um fato que ocorreu, não via problema, mas dizem que não se pode tratar a história desta forma. Aceito o argumento e não vamos mais montar nenhum projeto com essas conotações. Fomos ingênuos e lamentamos pelo ocorrido”, revelou o Cleonilton Almeida, coordenador do Piquete.
O local foi fechado e será reaberto com a história do próprio piquete. “Nosso pedido de desculpas aos negros que nós atingimos, pois não tínhamos nenhuma intenção em relação ao racismo. Estamos há 32 anos montando projetos culturais e recebemos a média de 40 mil visitantes por ano. Estamos aqui para contribuir com a cultura gaúcha e não queremos nenhuma polêmica”, afirmou Almeida.
A prefeitura de Porto Alegre divulgou nota afirmando que “a mostra do piquete sobre escravidão e senzala não fazia parte do Projeto Turismo de Galpão, coordenado pelo município, um projeto que evidencia atividades culturais ligadas ao tradicionalismo, nos seus autênticos aspectos gastronômicos, musicais e artísticos. A prefeitura repudia qualquer ato que faça exaltação ao período da escravidão no Brasil”.