Em vigília, rodoviários da Carris podem decidir por novos atos em Porto Alegre

Em vigília, rodoviários da Carris podem decidir por novos atos em Porto Alegre

Categoria segue mobilizada contra a privatização da empresa, pauta que deve ser votada ainda em setembro na Câmara de Vereadores

Eduardo Andrejew

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Mesmo com adesão menor do que o esperado, os rodoviários da Carris realizaram na manhã desta sexta-feira um novo protesto contra a privatização da empresa, pauta que deve ser analisada e votada ainda em setembro na Câmara de Vereadores. Pouco antes das 10h, a categoria encerrou a caminhada que fez pela avenida Bento Gonçalves e está em vigília em frente à sede da companhia, localizada na rua Albion, zona Leste de Porto Alegre. Nesta nova concentração, saírá a decisão sobre os próximos passos da manifestação, que pode ter outros atos no decorrer da tarde. 

 

 

A mobilização de hoje, desta vez na condição de greve geral e por tempo indeterminado, começou ainda na madrugada, com os rodoviários em frente à sede da Carris. O protesto foi enfraquecido a partir de uma nova determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que mais uma vez definiu pela circulação de 65% da frota nas ruas da Capital. 

O descumprimento da decisão do desembargador federal do Trabalho Francisco Rossal do Araujo, acarretaria em multa diária de R$ 20 mil ao Sindicato de Trabalhadores em Empresas de Transporte (Stetpoa), que embora represente a categoria, não está participando do movimento grevista.

O prefeito Sebastião Melo, em sua conta no Twitter, alertou: “Se não for cumprido o acordo judicial na greve da Carris, é corte de ponto e salário imediatamente”.

 

 

 

Além disso, diversos ônibus conseguiram deixar a Carris para o seu itinerário por um portão lateral, evitando o contato com os rodoviários que estavam no portão principal. A prefeitura acionou as empresas privadas para suprir a ausência de linhas gerada pela paralisação. O Consórcio Sul assumiu as linhas T3, T11, T12 e T12A. O Consórcio Leste ficou com as linhas T6, T9 e 343. Consórcio MOB está com as linhas T4, T1 e T7. Seguem com a Carris as linhas C1, C2, C3, 353, D43, T2, T2A, T2A1, T8, T10, T13, V375 e T5.

Com outros consórcios assumindo algumas linhas da Carris, uma situação inusitada acabou acontecendo. Passageiros viraram "guias" de alguns motoristas que não conheciam o trajeto dos ônibus da empresa. Além de ter que enfrentar as filas, os atrasos e os coletivos lotados, os usuários tiveram que auxiliar os condutores no caminho pelas ruas de Porto Alegre. A tarefa ficou a cargo de pessoas que iriam descer no final da linha. 

 

 

Greve por tempo indeterminado 

O estado de greve por tempo indeterminado, definido a partir de duas assembleias realizadas em turnos diferentes dessa quinta-feira, tem a intenção de fazer com que o prefeito Sebastião Melo retire da pauta da Câmara de Vereadores a proposta de desestatização da Carris. Melo, no entanto, permanece irredutível e defende que o projeto como parte integrante pacote de reestruturação do transporte público de Porto Alegre. 

As manifestações dos rodoviários da Carris ocorrem em um contexto de derrota parcial para a classe, uma vez que o projeto que prevê a extinção gradual da função de cobrador foi aprovado no Legislativo da cidade nesta semana. 


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