Em vigília, rodoviários da Carris podem decidir por novos atos em Porto Alegre
Categoria segue mobilizada contra a privatização da empresa, pauta que deve ser votada ainda em setembro na Câmara de Vereadores
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Mesmo com adesão menor do que o esperado, os rodoviários da Carris realizaram na manhã desta sexta-feira um novo protesto contra a privatização da empresa, pauta que deve ser analisada e votada ainda em setembro na Câmara de Vereadores. Pouco antes das 10h, a categoria encerrou a caminhada que fez pela avenida Bento Gonçalves e está em vigília em frente à sede da companhia, localizada na rua Albion, zona Leste de Porto Alegre. Nesta nova concentração, saírá a decisão sobre os próximos passos da manifestação, que pode ter outros atos no decorrer da tarde.
Brigada Militar colocou pelotão choque ao lado da caminhada para impedir que manifestantes saiam do corredor da Bento Gonçalves. @correio_dopovo pic.twitter.com/n71BPAhn1Q
— Eduardo Andrejew (@AndrejewEduardo) September 3, 2021
Manifestantes distribuem panfletos aos passageiros. @correio_dopovo pic.twitter.com/Ov6MEvPT8r
— Eduardo Andrejew (@AndrejewEduardo) September 3, 2021
A mobilização de hoje, desta vez na condição de greve geral e por tempo indeterminado, começou ainda na madrugada, com os rodoviários em frente à sede da Carris. O protesto foi enfraquecido a partir de uma nova determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que mais uma vez definiu pela circulação de 65% da frota nas ruas da Capital.
O descumprimento da decisão do desembargador federal do Trabalho Francisco Rossal do Araujo, acarretaria em multa diária de R$ 20 mil ao Sindicato de Trabalhadores em Empresas de Transporte (Stetpoa), que embora represente a categoria, não está participando do movimento grevista.
O prefeito Sebastião Melo, em sua conta no Twitter, alertou: “Se não for cumprido o acordo judicial na greve da Carris, é corte de ponto e salário imediatamente”.
Se não for cumprido o acordo judicial na greve da Carris, é corte de ponto e salário imediatamente.
— Sebastião Melo (@SebastiaoMelo) September 3, 2021
As primeiras horas de greve tiveram adesão menor que o esperado. O Tribunal Regional do Trabalho determinou a circulação de 65% da frota de ônibus que deixaram a sede da empresa por um portão lateral escoltados pela BM
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Servidores da Carris iniciaram, ainda durante a madrugada, greve em protesto pelo projeto de privatização da empresa
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Além disso, diversos ônibus conseguiram deixar a Carris para o seu itinerário por um portão lateral, evitando o contato com os rodoviários que estavam no portão principal. A prefeitura acionou as empresas privadas para suprir a ausência de linhas gerada pela paralisação. O Consórcio Sul assumiu as linhas T3, T11, T12 e T12A. O Consórcio Leste ficou com as linhas T6, T9 e 343. Consórcio MOB está com as linhas T4, T1 e T7. Seguem com a Carris as linhas C1, C2, C3, 353, D43, T2, T2A, T2A1, T8, T10, T13, V375 e T5.
Com outros consórcios assumindo algumas linhas da Carris, uma situação inusitada acabou acontecendo. Passageiros viraram "guias" de alguns motoristas que não conheciam o trajeto dos ônibus da empresa. Além de ter que enfrentar as filas, os atrasos e os coletivos lotados, os usuários tiveram que auxiliar os condutores no caminho pelas ruas de Porto Alegre. A tarefa ficou a cargo de pessoas que iriam descer no final da linha.
A prefeitura acionou empresas privadas para suprir a ausência de linhas gerada pela paralisação. Com alguns motoristas que não sabem a rota seguida pelos ônibus, os usuários estão servindo como "guias"
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Greve por tempo indeterminado
O estado de greve por tempo indeterminado, definido a partir de duas assembleias realizadas em turnos diferentes dessa quinta-feira, tem a intenção de fazer com que o prefeito Sebastião Melo retire da pauta da Câmara de Vereadores a proposta de desestatização da Carris. Melo, no entanto, permanece irredutível e defende que o projeto como parte integrante pacote de reestruturação do transporte público de Porto Alegre.
As manifestações dos rodoviários da Carris ocorrem em um contexto de derrota parcial para a classe, uma vez que o projeto que prevê a extinção gradual da função de cobrador foi aprovado no Legislativo da cidade nesta semana.