Funcionários da Procergs farão assembleias permanentes para debater reivindicações

Funcionários da Procergs farão assembleias permanentes para debater reivindicações

Diretor do Sindicato, Osmar Rosa, disse que não há diálogo com a empresa

Jessica Hübler

Diretor do Sindicato, Osmar Rosa, disse que não há diálogo com a empresa

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Os trabalhadores da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs) decidiram realizar assembleias permanentes no mês de julho para tentar buscar soluções para demandas da categoria. De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Sindppd/RS), Ormar Rosa, não há diálogo com a empresa e, por conta disso, os funcionários decidiram iniciar uma série de mobilizações.

"Temos um calendário progressivo, com assembleias em todas as quartas-feiras de julho. Na próxima quarta o encontro virtual terá duração de 2h, no dia 22 deve durar 3h e no dia 29, o turno inteiro. E assim progressivamente, estaremos com assembleia em caráter permanente, assim como pode ser deliberado o retorno ao normal no caso de a empresa atender as nossas reivindicações", explicou.

De acordo com Rosa, os trabalhadores trataram de três questões: a validade das cláusulas do acordo coletivo da categoria para 2020; o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) e o falecimento de um colega por conta da Covid-19, bem como a possibilidade de registro de novos casos da doença na empresa.

No dia 30 de junho faleceu Valter Antonio de Lima, de 62 anos. Segundo Rosa, ele foi mantido em trabalho presencial, em regime de revezamento. Além disso, Rosa reforçou que diversos relatos de trabalhadores com a Covid-19 ou então que possuem familiares ou contactantes diretos contaminados estão surgindo. "Isso está se tornando uma preocupação muito grande", reiterou, reforçando que também foram denunciados maus hábitos nas dependências da Procergs, como funcionários que estão trabalhando presencialmente e sem usar máscaras.

Rosa enfatizou que o sindicato já informou a empresa sobre isso. "Devemos reforçar os pedidos para que a empresa tome todas as medidas protocolares de saúde, recebemos relatos frequentes de descumprimento das etiquetas respiratórias, são preocupações muito fortes", definiu. Também ficou definido em assembleia que, caso a empresa não siga as medidas de segurança, "o sindicato e a comissão de trabalhadores cobrar e tomar qualquer ação em prol da defesa da saúde dos trabalhadores, inclusive denunciar a empresa aos órgãos competentes se for o caso".

Sobre as questões relacionadas à Covid-19, a Procergs informou que tem mais de 90% do seu quadro de colaboradores em regime de home office desde março e que estão trabalhando presencialmente apenas os profissionais que não se enquadram nos grupos de risco e cuja atividade não pode ser realizada de forma remota.

"A empresa adota todos os protocolos de segurança e controle definidos pelas autoridades estaduais. Além disso, estabeleceu seu próprio protocolo interno para a realização de atividades presenciais, com regramentos sobre práticas, higiene preventiva e distanciamento social e disponibiliza ainda máscaras e álcool gel para todos os seus colaboradores".

Com relação ao falecimento do funcionário que estava com exame positivo para Covid-19, "cuja perda a empresa lamenta profundamente, assim que a gestão tomou contato com essa confirmação encaminhou para quarentena 100% das pessoas que tiveram contato com o referido colaborador. Todas elas estão sendo encaminhadas ainda para testes de Covid-19. Além disso, o respectivo setor de trabalho foi imediatamente interditado e providenciada a limpeza e a desinfecção do referido ambiente".

A respeito do pagamento do PPR, a empresa informou "que todos os salários e benefícios de seus colaboradores estão rigorosamente em dia, apesar do conhecido cenário de profunda crise financeira, amplamente agravado pela Pandemia. Como trata-se de pagamento de parcela referente ao PPR, informamos que o mesmo está programado para ser realizado no mês de outubro, respeitadas as condições financeiras do Estado e da empresa na referida data".  Já sobre as cláusulas do acordo coletivo dos trabalhadores, a empresa destacou "que está aberta ao diálogo e tratará de todas as pautas nas rodadas de negociação".


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