"Intervenção estadual será última instância", explica Leite sobre novo monitoramento da pandemia

"Intervenção estadual será última instância", explica Leite sobre novo monitoramento da pandemia

Sistema de 3As dará maior responsabilidade para prefeitos e Estado deve agir somente em casos extremos

Correio do Povo

Governador explicou novo modelo nesta sexta-feira

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Após a apresentação do Sistema 3As de monitoramento, o novo modelo de combate ao Covid-19 no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite concedeu entrevista coletiva, nesta sexta-feira. Ele reafirmou o compromisso e a maior responsabilidade dos prefeitos em estabelecer normas e restrições para as atividades conforme os níveis da pandemia no Estado. "A intervenção estadual será a última instância", disse, ao explicar como funcionarão os avisos, os alertas e as ações, novas diretrizes para prefeituras municipais compreenderem como a Covid-19 está avançando ou recuando em cada região.

"Nossa missão é, como eu disse, reforçar a governança. Entendemos que os prefeitos foram eleitos com a pandemia também dentro do debate, eles foram escolhidos pela população com a pandemia no período eleitoral". No novo modelo do RS - que entra em vigor no domingo - o Grupo de Trabalho (GT) Saúde do Comitê de Dados do governo do Estado ficará responsável por emitir "Avisos" às regiões e alertas ao Gabinete de Crise, que poderá confirmá-los ou não. 

Em situação de "Alerta", a região tem 48 horas para responder sobre o quadro regional da pandemia e apresentar um plano de "Ação" a ser tomado como, por exemplo, adoção de protocolos mais rígidos, ações de fiscalização, entre outras iniciativas. Elas precisam ser aprovadas por 2/3 das cidades da região. Se o Gabinete de Crise considerar adequada a resposta da região, o Plano de Ação é imediatamente aplicado, e a região segue sendo monitorada pelo Gabinete de Crise e GT Saúde. Se o Gabinete de Crise não considerar adequada a resposta, o governo do Estado poderá estipular ações adicionais a serem seguidas na região. 

"Os avisos e os alertas podem sair a qualquer momento. Formalizamos dessa forma pois entendemos que não era o caso de repetimos o modelo anterior: atrelar a fórmulas matemáticas a alteração das bandeiras. Fizemos isso no passado, pois estávamos diante de uma situação que o Estado estava com atividades fechadas e queríamos abrir de alguma forma, dando confiança a população", frisou.

Em caso de uma nova "onda" como a que levou o Estado ao colapso hospitalar no mês de março, com filas nos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), o governador reiterou que não estão descartadas ações como as que foram feitas no período, em que o Executivo estadual determinou restrições gerais para todo o território gaúcho. Porém, Leite entende que essa situação será para casos extremos e defendeu que o novo modelo é um equilíbrio entre o fôlego econômico, a adesão da população e prevenções sanitárias.

Leite volta a defender retomada das aulas

Perguntado se alguma região está autorizada a recuar na retomada das aulas mediante a eventuais alertas do Grupo de Trabalho do Comitê de Dados, Leite enfatizou que os locais podem, se assim desejarem, serem mais restritivos que o Estado. No entanto, manteve o posicionamento contrário a uma interrupção nas aulas. "Para mim, esse é um debate saúde contra saúde. As crianças, longes das escolas, tem seu desenvolvimento afetado e isso prejudica seu crescimento e o aprendizado", pontuou.

Apesar de aulas já terem voltado em diversas regiões do Estado, o tema foi um dos responsáveis pela alteração do modelo de Distanciamento Controlado. Na ocasião, com o Estado na bandeira preta, antigo risco altíssimo para a Covid-19, a justiça entendeu que as instituições de ensino não poderiam funcionar. A partir deste momento, Leite anunciou a mudança no modelo.


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