Justiça Federal suspende prazos devido ao bloqueio ao prédio da Receita, em Porto Alegre
Desocupações pelos agricultores dependem de negociações em Brasília
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Em paralelo, uma comitiva de agricultores do MST, acampados em pátios externos do Ministério da Fazenda e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre, se reuniu, durante à tarde de terça-feira, com o secretário do Desenvolvimento Rural (SDR) do Rio Grande do Sul, Tarcísio Minetto. A audiência tratou da falta de infraestrutura em assentamentos e da destinação de áreas públicas do Estado para a reforma agrária.
Os sem-terra querem a abertura de estradas, acesso à água potável e energia elétrica, além de agilidade em destinação de áreas da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), em Candiota, e da Companhia Nacional de Silos e Armazém (Cesa), em Cruz Alta. Minetto garantiu que a Pasta segue levantando áreas que possam se tornar assentamentos, com o aval do Incra.
As ocupações na Capital acontecem desde a manhã de segunda-feira. Até o momento, mais de 12 mil camponeses já se mobilizaram em 11 estados do Brasil pela retomada da reforma agrária, com a exigência de assentamento de 120 mil famílias, além da manutenção de políticas públicas federais para o campo, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), assistência técnica, e o Minha Casa, Minha Vida.
As rodadas de negociações em Brasília começaram ainda no início da semana com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha; o presidente do Incra, Leonardo Goes; o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira; e o ministro das Cidades, Bruno Araújo, entre outros integrantes do governo.
No Rio Grande do Sul, a desocupação das áreas do Incra e do Ministério da Fazenda depende do avanço dessas negociações. Ainda não há previsão para que os 2 mil trabalhadores do MST, do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) deixem a região, no Centro de Porto Alegre.
Na manhã desta quarta, integrantes do MST promovem a 22ª edição do Grito dos Excluídos, a partir das 9h, com uma concentração em frente às ocupações. Um segundo grupo se reúne, no mesmo horário, junto ao Monumento dos Mortos e Desaparecidos, no Parque Marinha do Brasil.