Milagreiro é condenado por estelionato pelo TJ gaúcho

Um homem que prometia livrar uma família de mandinga em troca de R$ 2 mil foi condenado a um ano de reclusão – substituído por prestação de serviços a comunidade – e multa. A confirmação da sentença foi feita pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho. Conforme a denúncia do Ministério Público e o relato da própria vítima, o caso ocorreu em 5 de abril de 2007, na cidade de Getúlio Vargas, no Alto Uruguai. O réu foi até a casa da vítima, uma idosa, apresentando-se como um índio do Mato Grosso e oferecendo-lhe um saquinho pedaços de tronco como remédio.

A seguir, pediu uma bacia, uma toalha e um ovo, para fazer um teste e afirmou que haviam feito um trabalho buscando o mal para a família da vítima. Prometeu que, com a ajuda de "guias" e mediante o pagamento de R$ 2 mil, era possível desfazer o trabalho.

Ao alegar que não tinha dinheiro, a mulher foi acusada pelo milagreiro de não se importar com os parentes. Diante disso, a vítima conseguiu parte da quantia mediante um saque no banco e a abertura de crediários em lojas, faltando R$ 700. Ao pedir dinheiro emprestado à família, o genro da mulher avisou a polícia, que prendeu o acusado em flagrante.

Condenado por estelionato, o réu apelou ao alegar falta de provas. O desembargador Diógenes Hassan Ribeiro salientou que tanto o fato quanto a autoria ficaram suficientemente comprovados e frisou que era sempre exigido mais dinheiro e segredo absoluto.