MPF vai recorrer de decisão que absolveu réus por acidente com avião da TAM

MPF vai recorrer de decisão que absolveu réus por acidente com avião da TAM

Advogado que representa os familiares das vítimas também não foi notificado oficialmente sobre a sentença

Agência Brasil

Acidente no aeroporto de Congonhas matou 199 pessoas

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O Ministério Público Federal (MPF) informou que vai recorrer da decisão da Justiça Federal que absolveu ontem  três acusados pela responsabilidade do acidente com o avião da TAM, acontecido em julho de 2007, no Aeroporto de Congonhas em São Paulo e que provocou a morte de 199 pessoas.

O MPF ainda não foi notificado oficialmente, mas o procurador responsável pelo caso, Rodrigo de Grandis, adiantou que recorrerá. A decisão de absolver os réus foi tomada pelo juiz Márcio Assad Guardia, da 8ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

"O sentimento, meu e da minha esposa, quando recebemos a notícia, foi como se ela tivesse morrido pela segunda vez", disse Dario Scott, pai de uma das vítimas do acidente. Na época, a filha do casal tinha 14 anos.

Ele é o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAM JJ3054 (Afavitam), que busca a Justiça para que se possa evitar outros acidentes no setor aéreo.

"Nossa expectativa era que se conseguisse a punição das pessoas que levaram à morte da nossa filha e isso não ocorreu na primeira instância, mas continuamos acreditando que a justiça vai acontecer", disse Dario.

O advogado que representa os familiares das vítimas, Ronaldo Marzagão, também não foi notificado de maneira oficial sobre a sentença. "Pelo que eu acompanhei em todo o processo, em toda a instrução, discordo da solução dada pela sentença e noticiada pela imprensa", disse. "Por enquanto é uma sentença em primeiro grau, mas sujeita à apelação".
Para Roberto Corrêa Gomes, que perdeu seu irmão de 49 anos na tragédia, o sentimento é também de desolação, ele disse estar consternado com a sentença da Justiça, mas aguarda os próximos passos do MPF para que haja responsabilização pelo acidente. "A sentença é falha, foi uma decepção", disse.

Respondem ao processo a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, o então vice presidente de operações da TAM, Alberto Farjeman, e o diretor de Segurança de Voo da empresa na época, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro. Eles foram denunciados pelo Ministério Público por "atentado contra a segurança de transporte aéreo" na modalidade culposa.

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