Na Praça da Matriz, sindicatos protestam contra governo de Eduardo Leite

Na Praça da Matriz, sindicatos protestam contra governo de Eduardo Leite

Projeto do governador prevê um reajuste de 2,73% para o salário mínimo regional, que está congelado desde 1º de fevereiro de 2019

Cláudio Isaías

Ato ocorreu nesta terça-feira em frente ao Palácio Piratini

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As centrais sindicais, com apoio dos professores e servidores celetistas, protestaram nesta terça-feira contra o descaso do governo Eduardo Leite com os trabalhadores e os servidores públicos do Rio Grande do Sul. Na Praça da Matriz, os sindicalistas se manifestaram contra o projeto do governador que prevê um reajuste de 2,73% para o salário mínimo regional, que está congelado desde 1º de fevereiro de 2019. O percentual representa somente a metade da inflação do ano passado. 

O reajuste reivindicado de 10,3% repõe o INPC de 2019 e 2020. O parecer “favorável com emenda” de reajuste de 10,3% para o chamado piso regional, protocolado no 25 de outubro pelo deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), está na pauta da reunião desta terça-feira da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Assembleia Legislativa. Já os trabalhadores do Poder Judiciário estiveram ontem na Assembleia Legislativa para acompanhar a votação do plano de carreira da categoria.

O secretário de Administração e Finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS), Antônio Güntzel, destacou que o relatório do deputado LUiz Fernando  Mainardi  (PT) está em sintonia com a reivindicação das centrais sindicais, que prevê reajuste de 10,3% para repor a inflação dos últimos dois anos”. 

Segundo ele, o salário mínimo regional beneficia cerca de 1,5 milhão de gaúchos e gaúchas que recebem os menores salários no Estado, injetando dinheiro no consumo, ajudando o comércio e a indústria, e aumentando a arrecadação de impostos. Güntzel ressaltou que, conforme análise do Dieese, os estados de Santa Catarina e Paraná, que também possuem piso regional, concederam reajustes em 2020 e 2021, de forma cumulativa, em 10,62% e 12,29%, respectivamente, e têm menores taxas de desemprego que o Rio Grande do Sul. "O aumento do salário mínimo não fecha postos de trabalho, ao contrário das chantagens feitas todos os anos pelas federações empresariais", comentou.

Ato ocorreu em frente ao Palácio Piratini. Foto: Guilherme Almeida

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/RS), Guiomar Vidor, ressaltou que é  o momento de pressionar a Assembleia Legislativa e o governo do Estado pelos 10,3%  de reajuste, para garantir a reposição da inflação dos últimos dois anos no piso regional. "É hora de lutar juntos em defesa do reajuste de 10,3% para o salário mínimo do Rio Grande do Sul. Estamos há dois anos sem reajuste e para o qual o governo Eduardo Leite- em desrespeito às necessidades das famílias trabalhadoras gaúchas - ofereceu apenas 2,73% de aumento, o que é uma vergonha", acrescentou Vidor. 

Conforme Vidor, os trabalhadores e as trabalhadoras rejeitam o percentual de 2,73% de reajuste do salário mínimo proposto pelo setor econômico do governo estadual conforme disposto no projeto de lei 237/2021.  "É totalmente incompreensível que, num período de dois anos sem reajuste que registra aumento do custo de vida de mais de 35%, o governo do Estado apresente para 2021 um projeto de reajuste com índice menor do que o proposto em 2020", ressaltou o presidente da CTB/RS.  Até o começo da tarde, o governo estadual não havia se manifestado sobre as reivindicações dos sindicatos com relação ao salário mínimo regional.  


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