PMs são julgados por massacre do Carandiru em SP

PMs são julgados por massacre do Carandiru em SP

Em 1992, 111 detentos morreram durante invasão policial para conter uma rebelião

Correio do Povo

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Começa nesta segunda-feira, em São Paulo, o julgamento de 26 policiais militares acusados do massacre na Casa de Detenção do Carandiru. O júri popular ocorre no Fórum da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista.

Para evitar vinganças praticadas por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), a advogada Ieda Ribeiro de Souza conseguiu que a Justiça proibisse a divulgação do nome dos réus e da posição que eles ocupam na corporação.

O pedido de sigilo foi feito no ano passado e acatado pela Justiça, depois dos inúmeros atentados a policiais militares, que provocaram 107 mortes. Parte dos ataques foi praticada por integrantes do PCC. "É uma medida de prevenção que se justifica, já que a morte de PMs deixou muita gente tensa", diz a advogada.

Ela calcula que pelo menos um terço dos PMs que serão julgados continua na ativa. Os julgamentos do massacre vão ocorrer separadamente. A estimativa é que sejam separados por intervalos de quatro meses.

Neste primeiro júri, são 26 acusados de matar 15 presos. O próximo, que deve ocorrer somente no segundo semestre deste ano, há um comandante e 29 policiais militares acusados de matarem 78 pessoas no segundo pavimento. Em ambos, os acusados eram da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) - corporação responsável pelo maior número de vítimas no massacre do Carandiru.

Nos 3.º e 4.º pavimentos atuaram os demais réus, acusados de mais 18 mortes e 5 lesões. Os policiais eram do Comando de Operações Especiais (COE) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Ao todo, em todas as sessões, serão julgados 79 réus acusados de homicídios.

Massacre do Carandiru

O maior massacre do sistema penitenciário brasileiro ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante a invasão policial para reprimir uma rebelião.

O processo é um dos maiores da Justiça de São Paulo, com 57 volumes de autos principais e mais de 90 apensos, além dos documentos de autos desmembrados, perfazendo um total de mais de 50 mil páginas.

O Carandiru foi desativado em 2002. Três prédios do complexo foram demolidos para construção de um parque. Os outros vão abrigar centros educacionais.

Com informações da Agência Brasil e Agência Estado

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