Polícia Civil indicia 19 por queda de viaduto em Belo Horizonte
Envolvidos são acusados por dois homicídios com dolo eventual e 23 tentativas de homicídio
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Também foram indiciados funcionários da Consol, empresa de engenharia responsável pelo projeto do viaduto; da Cowan, construtora que fazia a obra; e da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), que firmou os contratos e fiscalizou a estrutura. Todos são acusados de dois homicídios com dolo eventual, 23 tentativas de homicídio com dolo eventual; e crime de desabamento com dolo eventual.
Segundo a Polícia Civil, as investigações revelaram que a queda da alça sul do Viaduto Batalha dos Gurarapes foi consequência do desrespeito às normas mínimas de segurança e, ainda, de omissão. Para a polícia, houve erro no projeto estrutural elaborado pela Consol, sendo que a Cowan e a Sudecap não tomaram providências para saná-lo ou mesmo para interromper a obra.
Em nota, a polícia destacou a “omissão” dos engenheiros, que apesar de terem sido alertados diversas vezes por técnicos da Sudecap de que havia erros grotescos no projeto, não tomaram providências efetivas junto à prefeitura de Belo Horizonte”. Esse e outros fatores levaram a polícia civil a considerar os envolvidos responsáveis pelas mortes e por lesões nas vítimas, “ainda que de forma não intencional”.
O inquérito soma 1,2 mil páginas e vai ser entregue ao Ministério Público, que decide se pede a acusação à Justiça. A polícia colheu depoimentos de cerca de 80 pessoas, entre elas os indiciados, os sobreviventes, os familiares das vítimas e os moradores das imediações. O viaduto localizado na Avenida Pedro I, região da Pampulha, despencou ainda em obras. No dia 3 de julho, a estrutura atingiu um micro-ônibus, um carro e dois caminhões. Duas pessoas morreram e 23 pessoas ficaram feridas no acidente.
A prefeitura de Belo Horizonte informou, também por meio de nota, que vai se pronunciar oficialmente sobre o assunto assim que tomar conhecimento do teor do relatório. A Agência Brasil não conseguiu contatar Nogueira Terror, que atualmente é presidente da Empresa de Informática e Informação da prefeitura da capital mineira. A Consol não se manifestou.