Professores fazem protesto contra "desmonte da educação" em Porto Alegre

Professores fazem protesto contra "desmonte da educação" em Porto Alegre

Ato ocorreu em frente ao Instituto de Educação General Flores da Cunha, no bairro Farroupilha

Felipe Nabinger

O 38º e o 39º núcleos do Cpers/Sindicato organizaram a “Aula Pública Contra o Desmonte da Educação”

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Ato integrante do dia de Mobilização Nacional da Educação, o 38º e o 39º núcleos do Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) organizaram a “Aula Pública Contra o Desmonte da Educação” na manhã desta quarta-feira, em frente ao Instituto de Educação General Flores da Cunha, no bairro Farroupilha, em Porto Alegre. Além de pautas alinhadas aos outros sindicatos do país, como reajuste de 33,4% seguindo piso nacional, revogação do novo Ensino Médio e contrariedade à militarização das escolas públicas, os educadores porto-alegrenses abordaram também temas locais.

“Estamos agregando o não reajuste de 32% para todos os professores e aposentados, além da exclusão dos funcionários, além de problemas estruturais como no próprio Instituto de Educação. Temos escolas trabalhando sem luz pelo medo de perder estudantes”, afirmou a diretora-geral do 39º Núcleo, Neiva Inês Lazzarotto. Para a categoria, o governo do Estado quebrou a paridade com faixas de reajuste diferentes. Além disso, não houve um ganho real, conforme a sindicalista. “Para cumprir o reajuste ele tomou a parcela de irredutibilidade salarial. Ou seja, nós professores subsidiamos nosso próprio reajuste, o que faz com que não tenhamos aumento real”, garante Neiva.

A Assembleia aprovou, no final do ano passado, o Projeto de Lei apresentado pelo Executivo que visa o reajuste de até 32% na tabela inteira do subsídio, com uma nova fórmula que fará com que todos os ativos e aposentados tenham aumento. No entanto, esse aumento é variável de 5,5% a 32%.  A iniciativa implica em despesas anuais de R$ 730 milhões, quase uma folha de pagamento e meia a mais por ano ao magistério, conforme o Piratini. 

Sobre o Novo Ensino Médio, universalizado após dois anos aplicado de forma-piloto em algumas escolas, a educadora diz que os professores estão iniciando movimentações para que seja revertido. “É uma luta difícil. Há um profundo questionamento da validade do ensino médio. Entendemos que ele não serve para os estudantes filhos da classe trabalhadora, da periferia, pois ele reduz o currículo em disciplinas importantes e coloca nossos estudantes em desvantagem junto aos filhos da elite”, disse.

Neiva garante que os professores vão procurar candidaturas ao governo do Estado e à presidência exigindo a revogação. Segundo ela, o novo modelo cria uma ilusão que nos jovens vão escolher já ali, como adolescente uma profissão, e encontrar uma colocação no mercado de trabalho. “A escola pública não pode cumprir esse papel. Temos que formar estudantes com a visão de fato da realidade”, diz. Além dos professores, diretores, funcionários, aposentados e estudantes também tiveram momentos de fala na manifestação.


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