Queda de aeronave: Bombeiros acham "pouco provável" encontrar piloto com vida no rio Guaíba

Queda de aeronave: Bombeiros acham "pouco provável" encontrar piloto com vida no rio Guaíba

No primeiro dia de buscas, equipe encontrou destroços da aeronave e um par de botas; buscas seguem na manhã de quarta-feira

Giullia Piaia

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As buscas pelo piloto Luiz Cláudio Albert Petry seguiram durante toda a tarde desta terça-feira, dificultadas pelos fortes ventos que começaram na região por volta das 13h. De acordo com os Bombeiros envolvidos na busca, o vento aumentou a correnteza, possivelmente espalhando os destroços da aeronave, e dificultando a navegação das equipes de busca.

Por volta das 16h, as buscas com aeronaves cessaram e, de acordo com Fernando Dutra do Nascimento, primeiro-tenente e comandante do 2º Pelotão de Salvamento e Resgate Aquático, responsável pela operação, não se acredita mais em encontrar a vítima com vida. "Falamos com diversos pilotos e, pela própria altitude, eles nos disseram que seria pouco provável. Pelo tempo de exposição também, a água está muito fria. A aeronave de busca fez uma varredura grande, teria avistado essa pessoa, se estivesse com vida ainda", afirmou.

Foram encontrados mais alguns destroços do monomotor durante a tarde, entre eles a peça do leme de direção da aeronave e, também, um par de botas, mas não é possível afirmar que pertencem a Petry. "O foco é localizar a vítima. Lógico, se encontrarmos uma peça que possa dar uma pista de onde o corpo está, vamos trabalhar com isso", esclareceu o tenente. "Encontramos o cockpit, ele está bem danificado. Pouco provável que ele ainda esteja na mesma posição da queda. Deve ter batido com o choque e ter sido arremessado para fora da aeronave."

Um amigo da vítima, Marco Schorr, esteve no local das buscas e contou que Petry era um piloto experiente, se perguntando o que poderia ter acontecido para causar o acidente. "Foi com certeza uma fatalidade", disse.

“Tentamos diversos mergulhos a partir do ponto da suposta queda, conforme foi feita a leitura nos instrumentos de voo da aeronave. Estamos tentando localizar o corpo da vítima em um raio de 100 a 300 metros, acreditamos que vamos encontrar algo ali”, garantiu o comandante.

Participaram das buscas 13 bombeiros militares, sendo 6 mergulhadores e outros 3 embarcados, e 4 fazendo buscas por terra, além de alguns voluntários civis. Os mergulhos estão sendo feitos em uma profundidade de cerca de 4 metros. 

A equipe de resgate está confiante na localização do piloto. Eles utilizaram um sonar para obter a posição que estimam ser próxima à localização do corpo. “Acredito que até o fim da semana estará resolvido. Isso se não resolvermos amanhã com as informações que temos, que são boas. No terceiro dia o corpo pode flutuar, então vai ficar muito fácil para a gente encontrar", garantiu o comandante.

As buscas foram encerradas às 17h30 desta terça-feira e devem recomeçar nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira. "Decidimos encerrar as buscas até pela segurança dos mergulhadores", justificou.

O acidente

Uma aeronave de pequeno porte sumiu na tarde do dia 3 (segunda-feira), por volta das 17h, nas proximidades da Orla de Ipanema, em Porto Alegre. O monomotor era pilotado por um de seus proprietários, Luiz Cláudio Albert Petry, que estava sozinho no avião. A partir das 23h, foram encontrados os primeiros destroços, sendo encontrados também, a partir de então, às 4h, 6h e 9h30min.

As buscas pelo piloto e pelos destroços do avião são realizadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS), Brigada Militar (BMRS), Polícia Civil (PCRS) e Força Aérea Brasileira (FAB).  Tanto no momento da queda como no dia seguinte, o céu estava claro e não havia neblina, o que descarta possíveis causas climáticas para o incidente aéreo. Ainda que informações não-oficiais apontem uma possível pane, a perícia oficial da aeronave, determinando as causas do acidente, deverá ser feita pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da FAB.


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