Réu no caso da Kiss permanece em silêncio durante fala da acusação

Réu no caso da Kiss permanece em silêncio durante fala da acusação

Luciano Bonilha Leão, integrante da banda Gurizada Fandangueira, respondeu apenas para o juiz

Renato Oliveira

Luciano Bonilha Leão, réu no caso Kiss, prestou depoimento nesta quarta

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O produtor de palco Luciano Bonilha Leão, integrante banda "Gurizada Fandangueira" e réu no processo da tragédia da Boate Kiss, permaneceu em silêncio durante a arguição da acusação. Luciano prestou depoimento no começo da tarde desta quarta-feira no Fórum de Santa Maria. Ele respondeu apenas aos questionamentos do juiz Ulysses Fonseca Louzada, que coordena o processo na esfera criminal. Luciano teria adquirido o artefato pirotécnico, usado pelo músico Marcelo de Jesus dos Santos.

“Achava que o uso do artefato pirotécnico nos shows era seguro. Jamais passou pela minha cabeça que era perigoso", contou. Luciano, no entanto, deixou claro que não tinha conhecimento do funcionamento do dispositivo. “Nunca recebi orientações sobre como usar o artefato”, revelou.

O reú afirmou ter sido pressionado nos depoimentos na polícia com perguntas que ele desconhecia as respostas "Queriam que eu respondesse mas não tinha como fazê-lo". O produtor também criticou a estrutura da boate. Revelou que a porta de saída estava fechada e que somente foi aberta com a pressão das pessoas.

Nos dias 2 e 3 de dezembro, prestarão depoimentos os proprietários da casa noturna: Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffman. Kiko será ouvido em Santa Maria e Mauro Hoffmann em Porto Alegre. 

Tragédia

O incêndio na boate Kiss – que ficava na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Dos que participavam de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 242 morreram em decorrência do fogo.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.

Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.

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