Ricardo Neis irá a júri popular por 11 tentativas de homicídio

Ricardo Neis irá a júri popular por 11 tentativas de homicídio

Em fevereiro de 2011, motorista atropelou grupo de ciclistas em Porto Alegre

Rafaella Fraga / Correio do Povo

Grupo de ciclistas pedalava na Cidade Baixa, em Porto Alegre, quando ocorreu atropelamento, em fevereiro de 2011

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A Justiça do Rio Grande do Sul confirmou que Ricardo Neis - o motorista que atropelou um grupo de ciclistas em fevereiro de 2011 em Porto Alegre - vai a júri popular por 11 tentativas de homicídio. A decisão foi tomada por dois votos a um na 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ), em sessão realizada na manhã desta quinta-feira.

Em fevereiro deste ano, a defesa do funcionário público do Banco Central recorreu da decisão da juíza Carla Fernanda de Cesaro, da 1ª Vara do Júri da Capital, emitida em junho do ano passado, que acusava Ricardo Neis de 17 tentativas de homicídio. A alegação foi de que não havia comprovação de lesões graves. 

Os desembargadores reduziram o número de tentativas de homicídio de 17 para 11. Isso porque, conforme o TJ, cinco dos ciclistas não foram atingidos "diretamente" pelo carro durante o atropelamento e outro não compareceu para prestar depoimento durante a tramitação do processo e não pode ser considerado vítima de tentativa de homicídio. A data do júri popular, porém, ainda não foi definida.

Relembre o caso

Os ciclistas, que pertencem ao grupo Massa Crítica, foram atropelados pelo Golf preto dirigido por Ricardo Neis pouco depois das 19h do dia 25 de fevereiro de 2011, na esquina das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso, no bairro Cidade Baixa. Após o atropelamento, o motorista fugiu do local sem prestar auxílio.

Neis, no entanto, se apresentou três dias depois, alegando legítima defesa. Na ocasião, o motorista disse que avançou com o carro sobre os ciclistas porque teria sido ameaçado de linchamento. Ele teria tomado a atitude para defender a integridade física do filho adolescente, que estava junto no veículo.

Denunciado pelo Ministério Público, o funcionário do Banco Central foi internado por um tempo em uma clínica psiquiátrica, na zona Sul da Capital, e chegou a ficar alguns dias detido, mas acabou conquistando, em março do mesmo ano, junto ao TJ, o direito de responder ao processo em liberdade.

O grupo Massa Crítica é um movimento que existe em diversas capitais do mundo e procura conscientizar a população sobre os benefícios do uso da bicicleta como meio de transporte. Toda última sexta-feira do mês, os integrantes se reúnem para uma pedalada.

Vídeo gravado por ciclistas mostra momento do atropelamento:



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