Saída dos cubanos do Mais Médicos afetará saúde em Porto Alegre, diz secretário

Saída dos cubanos do Mais Médicos afetará saúde em Porto Alegre, diz secretário

Atendimento em alguns postos deve ser reduzido até que novos profissionais sejam contratados

Correio do Povo

Unidade de Saúde Jenor Jarros é um dos postos atendidos por médicos cubanos

publicidade

Os moradores de Porto Alegre que dependem do sistema de saúde pública serão impactados com a saída dos cubanos do programa Mais Médicos, de acordo com o secretário municipal de Saúde, Erno Harzheim. "(A saída deles) vai afetar sim a saúde em Porto Alegre", enfatizou o secretário em entrevista à Rádio Guaíba, na manhã desta quinta-feira. Ontem, Cuba anunciou a saída de seus médicos do programa após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Atualmente, há 117 médicos do programa na Capital gaúcha. Desses, 14 são cubanos, sendo que um está em processo de desligamento. Com a saída deles, o atendimento deve ser reduzido nos postos de saúde. Contudo, segundo Harzheim, nenhuma instituição ficará desassistida.

• Saída de Cuba do Mais Médicos prejudica índios, avalia Conasems

De acordo com o secretário, a prefeitura está tentando diminuir o impacto da saída dos médicos, mas a contratação de novos profissionais deve levar mais de um mês. "É um processo burocrático e isso vai demorar", disse.

A prefeitura já tem um processo seletivo aberto, e 44 médicos foram selecionados. Isso pode acelerar um pouco a substituição de profissionais se comparado a outras cidades. Contudo, segundo Harzheim, é comum médicos não aceitarem a vaga. "Aí precisamos abrir novos procedimentos".

• Ministério da Saúde lançará edital para preencher vagas de cubanos

Impasse burocrático

O secretário de saúde de Porto Alegre torce para que o "impasse diplomático" será resolvido e que os médicos permanecerão no Brasil. "Acho que pode ser uma pressão do governo de Cuba que pode não se confirmar", explicou.

Adaptação

O secretário de Saúde disse ainda que parte dos médicos cubanos já está adaptada a rotina e a cidade de Porto Alegre. Alguns profissionais conseguem até juntar dinheiro e enviar à família que está em Cuba. Porém, há aqueles que sofrem com a distância dos familiares e citou o exemplo de uma médica que, desde que chegou a Porto Alegre, não vê a filha de 2 anos.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895