Seis meses após incêndio, bloqueio de bens do Flamengo aguarda decisão

Seis meses após incêndio, bloqueio de bens do Flamengo aguarda decisão

Dez atletas morreram em fevereiro no centro de treinamento do clube

Agência Brasil

Defensoria Pública e MP ainda aguardam decisão judicial sobre o pedido de bloqueio de bens do clube

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Seis meses depois do incêndio no alojamento das categorias de base do Flamengo, em 8 de fevereiro, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado ainda aguardam uma decisão judicial sobre o pedido de bloqueio de bens do clube para indenizações a vítimas e familiares.

O Flamengo argumenta que o pedido é desnecessário e lembra que o clube destacou que honrará seus compromissos e diz já ter pago indenizações a todos os sobreviventes da tragédia. Além disso, foram fechados acordos com famílias de dois atletas mortos e com o pai de um terceiro, cuja mãe busca reparação na Justiça separadamente.

"Não tem motivo para penhorar nenhum valor do Flamengo", disse o vice-presidente jurídico do clube, Rodrigo Dunshee, à Rádio Nacional. Dunshee atribui a demora na decisão judicial a um erro da própria Defensoria Pública. "Ela distribuiu a ação com o endereço errado, e o juiz da Vara do Torcedor reconheceu que não era competente."

O incêndio no alojamento no Ninho do Urubu, como é conhecido o centro de treinamento do Flamengo, deixou 10 adolescentes mortos e três feridos. Entre os indenizados, há outros atletas que estavam no local e conseguiram escapar sem ferimentos.

Além da mãe de um dos dos jogadores que recusou acordo com o clube, as famílias de sete atletas buscam reparação por meio de ações judiciais, incluindo uma que é representada pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Logo após a tragédia, defensoria, o Ministério Público estadual e o Ministério Público do Trabalho chegaram a compor uma força-tarefa para negociar de forma coletiva a reparação das vítimas. Sem acordo, o clube buscou negociar diretamente com cada família, e a maior parte delas recorreu a ações judiciais.

Para a coordenadora cível da Defensoria Pública, Cintia Guedes, a situação põe as famílias em desvantagem. "Há uma desigualdade muito grande de negociação entre uma família humilde que perdeu um filho e um clube do tamanho do Flamengo." 


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