Testemunhas são ouvidas hoje em processo criminal da boate Kiss

Testemunhas são ouvidas hoje em processo criminal da boate Kiss

Seis testemunhas devem depor sobre falsificação de documentos

Vitória Famer / Rádio Guaíba

Incêndio na casa noturna matou 242 pessoas e feriu mais de 600

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Na manhã desta terça-feira foi dado início às audiências com os depoimentos de testemunhas em mais um processo criminal sobre o caso da boate Kiss. O titular da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, juiz Ulysses Fonseca Louzada, marcou para maio os depoimentos de testemunhas sobre a suposta falsificação de documentos para viabilizar o funcionamento da casa noturna ainda em 2009.

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Ao todo, foram arroladas 30 testemunhas de acusação. Seis depoimentos estão agendados para hoje. São aguardados os depoimentos de Alexandre Pigatto Dornelles, João Paulo Carpes da Trindade, Carmem Lúcia dos Santos Trindade, Ricardo Pirotti Walter, Nelson Dias dos Santos e Flávio Correa dos Santos.

O caso envolve a chamada consulta popular, que é um documento exigido pela prefeitura para fins de regularização do funcionamento do estabelecimento (expedição do alvará de localização) e deveria conter a assinatura de moradores num raio máximo de 100 metros do local. Segundo o Ministério Público (MP), foram colhidas assinaturas favoráveis à boate de pessoas que não residiam no perímetro e que alegaram morar em apartamentos que sequer existiam.

Tragédia

O incêndio na boate Kiss – que ficava na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Dos jovens que participavam de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 242 morreram em decorrência do fogo.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.

Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.



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