Ao menos 18 detentos morrem em confronto em presídio de Honduras

Ao menos 18 detentos morrem em confronto em presídio de Honduras

Já em estado de emergência em 27 centros penais, país vive crise no sistema carcerário

Correio do Povo e AFP

Além dos mortos, 16 ficaram feridos na noite de sexta

publicidade

Ao menos 18 prisioneiros morreram e 16 ficaram feridos na noite dessa sexta-feira em um confronto entre detentos na prisão do porto de Tela, em Honduras, anunciou o Instituto Nacional Penitenciário (INP). A intituição divulgou, através de comunicado, que durante o confronto foram registradas "17 mortes dentro das instalações da penitenciária e uma no hospital da região".

Outras 15 pessoas ficaram feridas. Relatórios preliminares determinam que houve um tiroteio dentro da prisão desencadeando a briga, no entanto, as causas de tal ato são desconhecidas até o momento. A porta-voz do INP, Digna Aguilar, disse à AFP que a briga entre detentos começou após a apreensão de armas.

Conforme o jornal El Heraldo, a Comissão Interveniente das prisões de Honduras (Codeh) suspendeu o diretor do centro penal neste sábado. Por razões de segurança, ele não foi identificado. Uma equipe da Diretoria de Investigação Policial e membros do Ministério Público (MP) foram para o local para iniciar a investigação do caso. As autoridades detalharam que cinco armas, que supostamente foram usadas no ato criminoso, foram apreendidas. Até agora não se sabe se há pessoas detidas pelo massacre.

O presidente do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos de Honduras (Codeh), Hugo Maldonado, insistiu que se preocupa com a anarquia e o terror que prevalece nos centros penais. "Mobilizamos ativistas do Codeh. É lamentável como o luto permanece no sistema penitenciário. Quem estará por trás dessas brigas?".

Além disso, ele confirmou que às 22h de sexta os agentes do Instituto de Medicina Legal não haviam chegado para realizar a remoção dos cadáveres. "Este é um massacre que moverá a comunidade internacional. É uma recepção de luto para os responsáveis do INP. Eles devem operar nos centros, há muita contaminação", concluiu.

Após o assassinato de cinco membros da gangue Mara Salvatrucha (MS-13) em 14 de dezembro, no presídio de segurança máxima de La Tolva, a 40 km da capital, o presidente Juan Orlando Hernández declarou emergência em 27 centros penais. Juntos, ele abrigam mais de 21 mil detentos, o que significou a transferência do controle absoluto dos presídios para as Forças Armadas e a polícia. Ele indicou que os militares ainda não estavam na penitenciária de Tela.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895