Assistente do vice-presidente testemunha na investigação sobre Trump

Assistente do vice-presidente testemunha na investigação sobre Trump

Jennifer Williams ouviu o polêmico telefonema de Trump ao presidente da Ucrânia, em julho

AFP

Williams poderá confirmar, ou amenizar, acusações de que Trump abusou de seus poderes

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Uma assistente de Segurança Nacional do vice-presidente americano, Mike Pence, chegou ao Congresso, nesta quinta-feira, para testemunhar na investigação de impeachment contra o presidente Donald Trump. Jennifer Williams ouviu o polêmico telefonema de Trump ao presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, em 25 de julho. Na qualidade de testemunha, ela poderá confirmar, ou amenizar, as acusações de que Trump abusou de seus poderes, pressionando o colega europeu a investigar seu possível rival democrata nas eleições de 2020.

Os democratas alegam que Trump condicionou US$ 391 milhões de ajuda militar à Ucrânia para forçar Zelenski a buscar informações que pudessem comprometer Joe Biden. Segundo eles, seria uma prova da teoria completamente sem crédito propagada por Trump de que a Ucrânia ajudou o Partido Democrata a ganhar a eleição em 2016.

Uma ex-diplomata que assessora Pence em Europa e Rússia, Jennifer será a primeira pessoa do gabinete do vice-presidente a testemunhar. "Esperamos que seu testemunho reflita, em grande medida, o que já está no registro público", disse seu advogado Justin Shur, em um comunicado à imprensa americana. Trump defendeu a ligação feita em julho como "perfeita", apesar da divulgação de uma transcrição bastante editada que parece apoiar as acusações contra ele.

O registro de chamadas mostra que Trump pediu a Zelenski um "favor" e especificou que a Ucrânia deveria iniciar investigações sobre Biden, assim como sobre a história, sem respaldo, de que a Ucrânia ajudou os democratas em 2016. Isso coincidiu com as afirmações de um informante da comunidade de Inteligência, cuja denúncia anônima de agosto sobre a ligação de Trump serviu de gatilho para a investigação de impeachment.

As declarações e as transcrições recentemente publicadas de testemunhos a portas fechadas de outras testemunhas da Casa Branca e do Departamento de Estado apoiam as acusações de que Trump buscou, de forma ilícita, a ajuda de um país estrangeiro para sua campanha de reeleição no ano que vem. Estas acusações fazem parte do núcleo da investigação de julgamento político, que começará com as audiências abertas na próxima quarta-feira.

Trump continuou defendendo o rigor de seu contato com a Ucrânia nesta quinta, ao tuitar que as pessoas deveriam "ler a transcrição" do telefonema. 

Também se defendeu contra uma matéria do jornal "The Washington Post" que dizia que ele teria pedido ao procurador-geral Bill Barr que fosse a público e declarasse que não havia feito nada de errado na conversa com Zelenski. Embora Barr não tenha dado tal declaração, o Departamento de Justiça decidiu, em agosto, que a denúncia do informante não merecia uma investigação. "Bill Barr não rejeitou meu pedido para falar da Ucrânia. A matéria do 'Washington Post' é falsa, com uma fonte 'anônima' que não existe", tuitou Trump.


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