Ataque com faca perto da ex-sede do Charlie Hebdo deixa feridos na França

Ataque com faca perto da ex-sede do Charlie Hebdo deixa feridos na França

Um suspeito foi preso em ataque que coincide com o julgamento pelo violento atentado que dizimou a redação da revista satírica em 2015

Correio do Povo e AFP

Duas pessoas foram gravemente feridas

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A polícia prendeu nesta sexta-feira um suspeito de ter deixado horas antes ao menos duas pessoas feridas em um ataque com faca em Paris, perto da rua Nicolas-Appert, antiga sede do Charlie Hebdo. O caso coincide com o julgamento pelo violento atentado que dizimou a redação da revista satírica em 2015. A Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT) foi acionada e abriu uma investigação por “tentativa de assassinato em conexão com uma empresa terrorista” e “associação criminosa terrorista”, segundo o jornal Le Monde.

Segundo os primeiros elementos da investigação, o principal suspeito é um paquistanês de 18 anos de idade. O segundo detido tem 33 anos e a polícia investiga sua relação com o autor principal.

Os dois feridos trabalham para uma produtora, a Premières Lignes, e "não correm risco de morte", informou o primeiro-ministro Jean Castex, que chegou ao local do ataque no início da tarde.

O primeiro-ministro Jean Castex anunciou a interrupção de uma viagem a Seine-Saint-Denis pra retornar à cidade e se juntar à unidade de crise. Também participa o ministro do Interior, Gérald Darmarin.

O distrito foi completamente isolado. A sede da polícia está pedindo para evitar a área devido a uma intervenção policial em andamento. “Milhares de alunos”, da creche ao ensino médio, ficaram confinados por precaução em três bairros do centro de Paris, disse à AFP o prefeito do Centro de Paris, Ariel Weil.

“Cinco escolas do 11º arrondissement e todas as escolas do 3º e 4º arrondissement foram confinadas. Representa milhares de alunos, da creche ao ensino médio. Chegamos à segurança. Estamos em processo de fechamento de instalações municipais e ginásios também ”, acrescentou. Ele especificou no Twitter que se trata de um “confinamento temporário”, “as crianças ficam dentro de casa”.

A presidente da região de Île-de-France, Valérie Pécresse, diz que está "extremamente chocada" com o atentado próximo às antigas instalações do Charlie Hebdo, "em um bairro de Paris que já pagou um alto preço pela violência terrorista". “Dou todo o meu apoio à polícia que atualmente está perseguindo o autor do crime”, acrescentou ela no Twitter.

Após o ataque de 7 de janeiro de 2015, que deixou 12 mortos, incluindo alguns dos chargistas mais célebres da França, a revista se mudou. Os novos endereços são mantidos em sigilo. Desde o início deste mês, 14 pessoas estão sendo julgadas em um tribunal de Paris pelo suposto apoio dado aos autores materiais do ataque, mortos após o atentado.

Principal autor detido 

A redação do Charlie Hebdo, instalada em local mantido em segredo e sob alta proteção desde o ataque islamita que dizimou sua equipe, expressou no Twitter "seu apoio e solidariedade aos ex-vizinhos e companheiros da PLTVfilms e às pessoas afetadas por esse ataque odioso".

"O autor principal foi preso e encontra-se sob custódia policial", explicou o procurador de Paris, Rémy Heitz, presente no local. Ele não revelou mais detalhes sobre sua identidade ou motivação, acrescentando que uma segunda pessoa foi presa para verificar suas "relações com o autor principal".

O principal suspeito foi preso na Place de la Bastille, perto do local de ataque, segundo a sede da polícia. A rua Nicolas Appert, onde ficava a revista satírica, está bloqueada, com policiais armados posicionados no local.


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