Bachelet expressa preocupação com 'uso excessivo da força' em Cuba

Bachelet expressa preocupação com 'uso excessivo da força' em Cuba

Alta comissária dos Direitos Humanos da ONU pediu nesta sexta-feira a libertação urgente dos manifestantes detidos

AFP

Um homem grita slogans durante um protesto para mostrar apoio aos cubanos que se manifestavam contra seu governo, em Miami, em 14 de julho de 2021.

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A alta comissária dos Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, pediu nesta sexta-feira a libertação urgente dos manifestantes detidos em Cuba e pediu diálogo entre o governo e a população. Ao mesmo tempo, Bachelet pediu o fim das sanções que sufocam a ilha. "Convoco o governo a abordar as demandas dos manifestantes por meio do diálogo, e que respeite e proteja plenamente os direitos de todas as pessoas à reunião pacífica e à liberdade de opinião e de expressão", defendeu em um comunicado.

Em 11 de julho, milhares de pessoas saíram às ruas em 40 cidades e povoados de Cuba, atingida por sua pior crise econômica em 30 anos. Os protestos, que continuaram em algumas partes da ilha na segunda-feira, deixaram um morto, dezenas de feridos e mais de 100 detidos.

"Estou muito preocupada com o suposto uso excessivo da força contra os manifestantes em Cuba e com a prisão de um grande número de pessoas, entre elas vários jornalistas", disse Bachelet. "É especialmente preocupante que, entre elas, haja pessoas supostamente incomunicáveis e pessoas cujo paradeiro é desconhecido. Todas as pessoas detidas por exercerem seus direitos devem ser libertadas urgentemente", acrescentou.

Históricas na ilha, as manifestações provocaram um primeiro gesto do governo: a autorização para que os cubanos entrem no país com alimentos, produtos de higiene e remédios, sem limite de valor e pagamento de tarifas, até o final do ano. A medida é boa, mas insuficiente, segundo vários cidadãos.

Bachelet reiterou seu apelo "à suspensão das sanções setoriais unilaterais, dado seu impacto negativo nos direitos humanos, incluindo o direito à saúde". Ela também pediu que seja plenamente restabelecido o acesso à Internet e às redes sociais no país, cortado desde domingo pelo governo.


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