Mundo

Brasil está disposto a ajudar na crise entre EUA e Venezuela, afirma Lula

Presidente defendeu uma resolução negociada entre representantes dos dois países

Venezuela, de Nicolás Maduro, vive situação tensa com os Estados Unidos
Venezuela, de Nicolás Maduro, vive situação tensa com os Estados Unidos Foto : Federico Parra / AFP / CP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira, 27, que o Brasil está disposto a contribuir para uma solução pacífica na crise da Venezuela e defendeu que o problema deve ser resolvido "na mesa de negociação, e não na base da bala".

Lula disse que o tema foi mencionado durante a conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia. "Eu que entrei no assunto, porque no material que entreguei a ele estava colocada a questão da Venezuela. Conheço a situação e acho que é importante ser resolvida em mesa de negociação", disse o presidente, em entrevista coletiva na capital da Malásia.

Os Estados Unidos vêm realizando ataques a embarcações supostamente a serviço do narcotráfico e posicionaram embarcações militares no Mar do Caribe, o que despertou a preocupação de Lula.

Lula reforçou a Trump que o Brasil tem experiência na mediação de crises políticas e citou o Grupo de Amigos da Venezuela, criado em 2003, como exemplo de diálogo bem-sucedido. "O Brasil já ajudou uma vez a fortalecer a democracia venezuelana. Acho que é possível encontrar uma solução, se houver disposição de negociação", afirmou.

Veja Também

Ucrânia x Rússia

Para Lula, é possível buscar uma solução negociada para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, com o apoio dos Estados Unidos.

O presidente brasileiro disse que ainda não tratou do tema diretamente com o presidente americano, Donald Trump, mas demonstrou confiança de que a relação entre os dois países pode contribuir para um avanço diplomático.

"Ainda não falei com Trump sobre a guerra, mas acho que podemos resolver. Já são três anos de conflito. Acho que estamos chegando no ponto de acabar com isso", declarou.

Além disso, Lula criticou o desequilíbrio entre os gastos militares e os esforços globais contra a fome, em meio à continuidade da guerra. "O mundo já gastou 2 trilhões e 700 bilhões de dólares em armas e apenas 10% disso para acabar com a fome. É isso que me entristece."

Segundo o presidente, a prioridade do Brasil continua sendo a defesa da paz e da cooperação internacional. "Não precisamos de mais guerras. Precisamos de diálogo e coragem política para parar de matar inocentes", completou.