Câmara de Representantes vota na quarta-feira se envia acusação contra Trump ao Senado

Câmara de Representantes vota na quarta-feira se envia acusação contra Trump ao Senado

Uma decisão favorável à transmissão das acusações significará o começo de um julgamento de impeachment contra Donald Trump

AFP

Decisão foi anunciada pela líder da Câmara, a democrata Nancy Pelosi

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A líder da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, anunciou nesta terça-feira que será votado amanhã o envio ao Senado das acusações contra o presidente Donald Trump, passo necessário para o julgamento político. Uma decisão favorável à transmissão das acusações para o Senado, um resultado esperado pela maioria democrata na Câmara de Representantes, significará um iminente começo do julgamento de destituição contra o presidente americano, que será o terceiro na história do país a enfrentar um processo de impeachment.

"O povo americano merece a verdade, e a Constituição exige um julgamento", disse a líder democrata em comunicado. "A Câmara de Representantes procederá agora votar, na quarta-feira, 15 de janeiro, se transmitirá os artigos do julgamento político", assim como a composição da equipe que realizará o processo no Senado.

A congressista pela Califórnia, se reuniu pela manhã a portas fechadas com membros de sua maioria para fixar as modalidades e o calendário do procedimento. A resolução também deve definir que membros da Câmara desempenharão o papel de procuradores durante o julgamento do presidente republicano, acusado de abuso de poder para convencer a Ucrânia de desprestigiar um de seus rivais políticos e depois de ter obstruído a investigação do Congresso.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, que não esconde sua intenção de buscar a absolvição de Trump, disse estar pronto para agir rapidamente, logo que a Câmara autorizar. "A Câmara causou dano suficiente. O Senado está pronto para assumir suas responsabilidades", disse ele ontem, na Câmara alta.

Segundo as regras do Senado, o julgamento começará quando a equipe de representantes da Câmara cruzar os corredores do Capitólio para se somar ao Senado e ler as acusações contra Trump. Depois, o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts, constitucionalmente responsável por supervisionar os debates, vai jurar ser "imparcial" diante dos 100 senadores - ao mesmo tempo juízes e jurados do processo.

Com apenas 47 das 100 cadeiras do Senado, os democratas sabem que são mínimas as chances de conseguirem afastar Trump. Para isso, é necessária uma maioria de dois terços. Ainda assim, esperam entregar à Casa informações constrangedoras sobre o presidente dos Estados Unidos. Sem testemunhas e documentos adicionais, "o processo do Senado se transformará em uma farsa, uma reunião transmitida pela televisão para um julgamento simulado", reconheceu ontem o líder democrata do Senado, Chuck Schumer.

Os democratas votaram em um julgamento político convencidos de que Trump usou recursos do Estado para pressionar a Ucrânia. Seu objetivo era forçar o anúncio de uma investigação sobre Biden, um de seus potenciais oponentes na eleição presidencial de novembro. Já os republicanos, que cerraram fileiras com Trump, denunciam uma "caça às bruxas" orquestrada pelos democratas. 


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