A relação entre Colômbia e Estados Unidos atingiu seu pior momento histórico. O ministro do Interior colombiano, Armando Benedetti, denunciou nesta segunda-feira (20) uma "ameaça" de "invasão" por parte do presidente americano, Donald Trump, após o americano sugerir uma possível intervenção militar contra a produção de droga no país sul-americano.
A crise escalou depois que Trump suspendeu, no domingo, o apoio econômico a Bogotá, sob a acusação de o país estar "fomentando" o narcotráfico. O presidente americano foi além, afirmando que a Colômbia deveria "fechar" os cultivos de narcóticos "imediatamente, ou os Estados Unidos os fecharão".
Benedetti interpretou a declaração como uma ameaça séria. "Trata-se de uma ameaça de uma invasão ou de uma ação terrestre ou militar contra a Colômbia. Não me imagino fechando hectares se não for dessa forma, se não for invadindo", disse à Blu Radio.
Colômbia chama embaixador para consultas
Em uma resposta diplomática, o governo colombiano, chefiado pelo primeiro presidente de esquerda do país, Gustavo Petro, convocou seu embaixador nos Estados Unidos, Daniel García Peña, para consultas. A decisão foi tomada após o anúncio de Trump sobre a retirada da ajuda financeira e a acusação de que Petro seria um "líder narcotraficante".
O embaixador "já está em Bogotá" e, nas "próximas horas", o governo de Petro "informará as decisões tomadas a respeito", afirmou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
Tensão no Caribe
A tensão é intensificada pela presença militar americana no Caribe. Os Estados Unidos mantêm navios de guerra na região desde agosto, e o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, informou sobre um ataque recente, em 17 de outubro, contra uma embarcação em águas internacionais que resultou na morte de três supostos rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), um grupo guerrilheiro colombiano.
A frota americana já atacou pelo menos sete embarcações que, segundo Washington, transportavam drogas, com um saldo de ao menos 27 mortos. O presidente Gustavo Petro questiona esses bombardeios, denunciando violações à soberania das águas nacionais da Colômbia.