Em carta, servidores da Anvisa afirmam não servir "aos interesses de governos"

Em carta, servidores da Anvisa afirmam não servir "aos interesses de governos"

Funcionários públicos da agência destacaram que "o trabalho técnico está acima de qualquer pressão"

AE

Servidores da Anvisa divulgaram carta aberta afirmando que realizam um trabalho técnico e independente e que não servem "aos interesses" de terceiros

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Servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicaram uma carta aberta na quinta-feira afirmando que realizam um trabalho técnico e independente e que não servem "aos interesses de governos, de pessoas, de organizações ou de partidos políticos." A agência tem enfrentado pressão dos governos federal e do Estado de São Paulo pela liberação da vacina contra a Covid-19.

A carta, divulgada pela Associação dos Servidores da Anvisa (Univisa), diz que os profissionais estão a serviço do povo brasileiro e que a agência é uma referência na área de saúde. "Pressões externas são inerentes ao trabalho desenvolvido por nós, servidores da Anvisa, mas o trabalho técnico está acima de qualquer pressão."

Em reunião na última terça-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), cobrou uma posição do ministro da Saúde Eduardo Pazuello sobre a compra da Coronavac, vacina para Covid-19 que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, ligado ao governo paulista. O ministro respondeu que a Anvisa poderia levar até 60 dias para realizar a análise dos imunizantes.

Ainda nesta semana, interlocutores de Doria afirmaram que o governador pretende acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para seguir o plano de iniciar a imunização contra o novo coronavírus em 25 de janeiro de 2021.

Nesta quinta-feira, a agência aprovou uma resolução com regras para permitir o uso emergencial de vacinas contra o vírus.


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