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EUA, Egito, Catar e Turquia assinam declaração do acordo sobre Gaza

Documento visa encerrar dois anos de guerra no Oriente Médio

Líderes assinam acordo sobre Gaza
Líderes assinam acordo sobre Gaza Foto : Saul Loeb / AFP / CP

Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia assinaram uma declaração nesta segunda-feira (13) como garantidores de um acordo sobre Gaza que visa encerrar dois anos de guerra. "O documento vai definir regras e regulamentos e muitas outras coisas", disse Trump antes de assiná-lo, repetindo duas vezes que "vai perdurar".

O Hamas libertou os 20 reféns restantes em Gaza, dando início a uma troca por prisioneiros palestinos detidos em Israel. Esta troca constitui uma parte crucial do acordo de cessar-fogo mediado na semana passada por negociadores internacionais.

O acordo, anunciado pelo presidente Donald Trump e aprovado pelo governo israelense na madrugada de sexta-feira, pôs fim a mais de dois anos de combates que devastaram a Faixa de Gaza.

Após o cessar-fogo entrar em vigor, as tropas israelenses começaram a recuar para uma nova linha defensiva dentro do território, e palestinos deslocados iniciaram o retorno para a Cidade de Gaza. O pacto, resultado de negociações indiretas mediadas por Egito, Catar, Turquia e Estados Unidos, também prevê um grande influxo de ajuda humanitária para o território assolado pela crise.

Os reféns libertados, que eram o último grupo remanescente das cerca de 250 pessoas sequestradas no ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, foram entregues à Cruz Vermelha e levados para uma base militar em Israel para exames e reencontro com familiares.

Termos da troca e exílio de prisioneiros

O plano de paz de 20 pontos apresentado por Trump prevê a troca de cerca de 20 reféns israelenses por 250 prisioneiros palestinos, muitos cumprindo penas perpétuas em Israel, e 1.700 habitantes de Gaza detidos durante a guerra. Os prisioneiros já foram libertados por Israel e transferidos para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Contudo, muitos detalhes permanecem obscuros. Mais da metade dos prisioneiros palestinos libertados por Israel serão enviados para o exílio, embora o destino final ainda não esteja claro. Além disso, a entrega dos restos mortais dos cerca de 25 reféns mortos é esperada para ser um processo mais longo e complexo. O plano estipula que os corpos de 15 habitantes de Gaza serão devolvidos em troca dos restos mortais de cada refém levado de Israel.

Retirada de tropas e incertezas geopolíticas

A primeira fase do acordo exige que Israel recue suas tropas para uma "linha amarela" acordada em Gaza, o que, segundo o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, aconteceu na sexta-feira. As Forças Armadas israelenses confirmaram o reposicionamento das tropas, embora a natureza exata da retirada não esteja totalmente clara.

Fontes diplomáticas indicam que os mapas das linhas de retirada israelense foram alterados durante as negociações. Após a retirada parcial, as forças israelenses permanecerão ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito, no chamado Corredor de Philadelphi.

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A questão mais crucial a ser resolvida é se o Hamas concordará em desarmar. Embora o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, insista no desarmamento, o grupo terrorista tem rejeitado publicamente a exigência.

O primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, um dos principais mediadores, sugeriu que o Hamas está aberto a discutir "como não representará uma ameaça para Israel", mas ressaltou que focar primeiro nos termos iniciais do acordo foi fundamental.