Ministro francês apoia legislação sobre o consentimento em meio ao caso Pelicot

Ministro francês apoia legislação sobre o consentimento em meio ao caso Pelicot

Mais de 50 homens podem ser condenados em julgamento sobre estupro

AFP
Novo ministro da Justiça da França, Didier Migaud

Novo ministro da Justiça da França, Didier Migaud

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O novo ministro da Justiça da França, Didier Migaud, apoiou nesta sexta-feira (27) a ideia de incluir a noção de consentimento nos casos de estupro, no momento em que o país acompanha o julgamento pelas agressões sexuais contra Gisèle Pelicot.

Durante uma entrevista à rádio France Inter, Migaud defendeu a inclusão do consentimento na legislação francesa, assim como o presidente Emmanuel Macron. O debate sobre a redefinição do estupro no Código Penal para levar em consideração a ausência de consentimento ressurgiu com o julgamento em Avigon, no sul de França, do caso Pelicot.

Dominique Pelicot administrou medicamentos à esposa Gisèle sem o conhecimento da vítima para que ela adormecesse e fosse estuprada, por ele e dezenas de homens entre 2011 e 2020. Um total de 51 homens podem ser condenados a penas de até 20 anos de prisão.

O artigo 222-23 do Código Penal francês define o estupro como "qualquer ato de penetração sexual de qualquer tipo, qualquer ato oral-genital cometido contra outra pessoa (...) por meio de violência, coação, ameaça ou surpresa".

A noção de consentimento, que começou a ganha força na década de 2010 com o movimento #Metoo, não é mencionada de maneira explícita. Macron expressou a vontade de legislar sobre o tema "até ao final do ano", mas isto foi antes da antecipação das eleições legislativas em junho, que deixaram a França em uma crise política.

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Migaud, ex-socialista, é o único membro de esquerda do novo governo minoritário formado pela aliança de centro-direita de Macron e pelo até agora partido de oposição Os Republicanos (LR, conservador).

Nos últimos anos, vários países europeus, como Suécia e Espanha, modificaram sua definição de estupro para incluir também a ausência de consentimento explícito para manter relações sexuais.


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