Mortes suspeitas e tentativas de envenenamento: os inimigos de Putin
Alexei Navalny foi mais recente dos críticos do governo russo a perder a vida
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Desde que reassumiu a presidência da Rússia, em 2012, Vladimir Putin tem lidado com as suspeitas de eliminar quem ousa criticá-lo. O líder russo já ocupou o cargo mais alto de seu pais entre os anos 2000 e 2008, depois de ser primeiro-ministro. O ativista Alexei Navalny é apenas o mais recente dos críticos de Putin a perder a vida em circunstâncias estranhas.
Em 2013, o primeiro deles foi o magnata russo Boris Berezovsky. À época com 67 anos, o oligarca, que fez fortuna a partir do programa de privatizações após o colapso da União Soviética, foi encontrado morto em Londres, no Reino Unido. A investigação da morte indicou enforcamento, mas pessoas próximas a Berezovsky não acreditam em suicídio. Anos antes, o empresário tornou-se um crítico de Vladimir Putin depois que o presidente fez com que o governo se apropriasse de bens de diversos integrantes do empresariado russo. O movimento de Putin fez com Berezovksy buscasse o exílio no Reino Unido.
Skripal: o ex-espião
Cinco anos depois, em 2018, foi a vez do coronel do serviço secreto militar russo Sergei Skripal. Ele, que oito anos antes foi envolvido em uma troca de espiões e se mudou para a Inglaterra, foi alvo de uma tentativa de envenenamento junto com a filha. Skripal e Yulia foram encontrados inconscientes após serem expostos a uma arma química. O ataque apontou os holofotes para Putin. A partir daí, cerca de 30 países ocidentais anunciaram a expulsão de mais de 140 funcionários de missões diplomáticas russas por causa do escândalo.
Skripal e a filha sobreviveram ao ataque. Ele chegou a ficar em estado crítico durante semanas e ela ficou em coma por 20 dias. Em maio do mesmo ano, Yulia deu uma entrevista e falou sobre o ataque. "Enquanto tento lidar com as mudanças devastadoras que me foram impostas física e emocionalmente, eu vivo um dia de cada vez e tento ajudar a cuidar de meu pai".
O caso de Yulia e Sergei foi o primeiro uso conhecido de um agente nervoso militar em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. O Reino Unido acusou a Rússia de estar por trás do envenenamento, que sempre negou participação no crime.
Prigozhin: o mercenário descartável
Conhecido de longa data de Putin, Yevgeny Prigozhin se notabilizou na Rússia por ser considerado o "chef de Putin" devido a aos contratos de fornecimento de alimentos de sua empresa com o Kremlin. Os dois se "reencontraram" na invasão russa na Ucrânia. Prigozhin passou a atuar como chefe do grupo mercenário Wagner, uma das inúmeras peças do governo russo no conflito contra a administração ucraniana.
A utilidade do grupo Wagner começou a perder força e a se tornar uma dor de cabeça para Putin porque seu conhecido, ainda que tenha recrutado milhares de presos russos para trabalhar, começou a rivalizar abertamente com o Ministério da Defesa sobre planos militares e suprimentos de munição.
O último e mais ousado movimento de Prigozhin terminou em fracasso. O militar tentou ir até Moscou para destituir o ministro da Defesa e o comandante das Forças Armadas, ato que foi considerado de alta traição por Putin. Depois disso, um acidente aéreo acabou tirando a vida de Prigozhin. Ele estava em uma aeronave que caiu na região de Tver, na Rússia. Todos os ocupantes do avião morreram na ocasião.
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