Muro virtual na fronteira com o México pode ser alternativa para impasse nos EUA

Muro virtual na fronteira com o México pode ser alternativa para impasse nos EUA

Tecnologia está sendo testada na fronteira da Índia com Paquistão

AFP

Startup apresentou a tecnologia no Salão de Eletrônica de Consumo (CES) de Las Vegas

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A mesma tecnologia utilizada nos veículos autônomos está sendo promovida como uma possível solução de alta tecnologia para o impasse do muro fronteiriço dos Estados Unidos. Uma startup do Salão de Eletrônica de Consumo (CES) de Las Vegas está mostrando como o Lidar, um sistema de detecção a laser amplamente utilizado em veículos autônomos, poderia ser implementado ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México, com menores custo e impacto ambiental.



A Quanergy Systems, uma das empresas de tecnologia que trabalham em segurança fronteiriça com o Lidar, demonstrou como sua tecnologia está sendo implementada em projetos piloto na fronteira entre a Índia e o Paquistão, assim como em uma pequena parte da fronteira Sul dos Estados Unidos.


"Oferecemos uma solução mais capaz que um muro físico", disse Louay Eldada, diretor executivo e cofundador da startup com sede no Vale do Silício. "Pode ver o dia e a noite em qualquer clima e pode rastrear automaticamente os intrusos e dar as coordenadas de GPS em tempo real aos agentes de patrulha". Eldada disse que esse sistema poderia custar "entre 2% e 3%" do preço de uma barreira física para a fronteira completa entre Estados Unidos e México.

Segundo a Quanergy, esta solução eletrônica oferece benefícios adicionais para o meio ambiente e para os custos operativos. "Uma barreira é uma monstruosidade e se intromete no meio ambiente, impede o fluxo da vida silvestre", disse ele. E sem um muro, "não é necessário agentes de patrulha dirigindo de um lado para o outro, de modo que você precisa de menos pessoas" para monitorar a fronteira.

Abandono de reunião
Nesta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abandonou uma reunião na Casa Branca com a líder da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, e o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, os quais tentavam fechar um acordo com os democratas visando acabar com a paralisia do governo federal. “Foi total perda de tempo”, tuitou Trump após Schumer revelar o que havia ocorrido: “O presidente simplesmente se levantou e foi embora”.

Pelosi e Schumer tinham ido à Casa Branca tentar negociar o fim da paralisação orçamentária dos Estados Unidos, que se estende desde 22 de dezembro. Trump insiste na necessidade de obter 5,7 bilhões de dólares para construir um muro na fronteira com o México.

Os democratas realizaram uma coletiva de imprensa com os funcionários afetados. “Estas pessoas aqui atrás de mim ilustram os verdadeiros danos colaterais do shutdown do presidente Trump”, disse Schumer. Trump declarou aos jornalistas que se não conseguir o que quer, poderá decretar emergência nacional, o que lhe daria acesso a medidas extraordinárias para evitar o Congresso e obter os recursos dos militares. “Acho que podemos trabalhar em um acordo. Senão poderemos seguir por este caminho”, disse, insistindo em que tem o "direito absoluto" a usar esta ferramenta, pensada para um estado de catástrofe como uma epidemia ou um ataque, apesar das advertências feitas no Congresso de que extrapolaria suas funções presidenciais.

A disputa pelo muro - uma das promessas de campanha de Trump - ocorre em meio a uma mudança no ciclo político nos Estados Unidos, após os democratas recuperarem, na semana passada, o controle da Câmara dos Representantes, embora os republicanos continuem tendo a maioria no Senado. “Acho que o presidente deixou clara sua postura de que não vai haver nenhum acordo sem um muro”, disse o vice-presidente Mike Pence após a reunião. Enquanto isso, mais de 800 mil funcionários federais afetados pela medida esperam uma solução para o conflito. Muitos deles estão em licença forçada e não remunerada.

Em seu esperado discurso no Salão Oval na noite de terça-feira, no qual adotou um tom dramático, o dirigente americano tentou convencer a opinião pública da necessidade de construir a barreira de aço. “Precisamos consertar nossa fronteira Sul”, escreveu Trump no Twitter.

‘Animais’
Filho mais velho do presidente americano, Donald Trump Jr. comparou imigrantes em situação ilegal a animais, em seus últimos comentários controversos em redes sociais sobre as pessoas que desesperadamente tentam entrar em solo norte-americano. "Sabe por que você pode aproveitar um dia no zoológico? Porque muros funcionam", escreveu ele no Instagram.

O próprio presidente já descreveu imigrantes em termos similares. Em maio do ano passado, Trump disse: "Você não acreditaria o quão ruim são essas pessoas. Elas não são pessoas, são animais". "O único animal de zoológico é o próprio Junior", escreveu um usuário do Twitter.

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