O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou ao tribunal de Tel Aviv nesta quarta-feira (15) para uma nova audiência relacionada ao seu processo de corrupção, aberto desde maio de 2020. Netanyahu, que compareceu sorridente e acompanhado por ministros, foi vaiado por um grupo de manifestantes na chegada ao tribunal.
Esta nova audiência ocorre apenas dois dias após a troca dos últimos reféns israelenses ainda vivos em Gaza por quase 2.000 prisioneiros palestinos, no âmbito do cessar-fogo mediado por Washington.
Acusações e apoio de Trump
Netanyahu enfrenta acusações de corrupção, fraude e abuso de confiança em três casos distintos. Ele e sua esposa, Sara Netanyahu, são acusados de aceitar bens de luxo no valor de mais de 260.000 dólares (cerca de R$ 1,4 milhão) de bilionários em troca de favores políticos. Em outros dois casos, o primeiro-ministro é acusado de tentar negociar uma cobertura mais favorável de dois veículos de comunicação israelenses.
Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu publicamente ao Parlamento israelense um indulto para Netanyahu. O primeiro-ministro sempre negou qualquer irregularidade e reiterou ser vítima de uma conspiração política para afastá-lo do poder.
Contexto político e a guerra em Gaza
Durante seu mandato atual, iniciado no final de 2022, Netanyahu havia proposto amplas reformas judiciais. Seus críticos alegaram que as mudanças visavam enfraquecer o poder dos tribunais, o que gerou grandes protestos no país.
As manifestações, contudo, foram interrompidas pela eclosão da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. O processo de corrupção, no entanto, segue em andamento, mantendo a pressão legal sobre o líder israelense.