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Presidente da Finlândia afirma que começou uma “nova era das armas nucleares”

Alexander Stubb enfatizou as novas questões de segurança que a Finlândia precisa abordar com seus aliados

Stubb afirmou que a "lógica da dissuasão" e a "estabilidade estratégica entre as superpotências" estão passando por uma profunda transformação
Stubb afirmou que a "lógica da dissuasão" e a "estabilidade estratégica entre as superpotências" estão passando por uma profunda transformação Foto : Ludovic Marin / POOL / AFP

O presidente finlandês, Alexander Stubb, declarou nesta segunda-feira (3) que o mundo entrou em uma "nova era das armas nucleares", após o anúncio dos Estados Unidos na semana passada sobre a intenção de realizar novos testes atômicos.

Em um discurso proferido em Helsinque, Stubb afirmou que a "lógica da dissuasão" e a "estabilidade estratégica entre as superpotências" estão passando por uma profunda transformação. "Entramos em uma nova era das armas nucleares, na qual, infelizmente, a importância dessas armas tem aumentado", disse o líder finlandês.

Contexto da decisão americana

A declaração de Stubb ocorre na esteira do anúncio do presidente americano, Donald Trump, de que os Estados Unidos começariam a realizar testes com armas nucleares. Trump, no entanto, não esclareceu se a ordem se referia à detonação de explosões nucleares, algo que os EUA não fazem desde 1992.

O anúncio americano veio logo após a Rússia alegar ter testado um novo míssil de cruzeiro com propulsão nuclear, o Burevestnik, e um drone submarino com capacidade nuclear. Apesar do contexto de escalada, nenhum país, exceto a Coreia do Norte, realizou uma detonação nuclear nas últimas décadas, e a Rússia e a China não realizam testes deste tipo desde 1990 e 1996, respectivamente.

No domingo, Trump já havia elevado a tensão ao afirmar que países como Rússia e China realizam testes subterrâneos de armas nucleares de forma secreta e não divulgada ao público, e que os Estados Unidos fariam o mesmo.

Implicações para a Finlândia e a Otan

Alexander Stubb enfatizou as novas questões de segurança que a Finlândia precisa abordar com seus aliados. "Como podemos construir juntos uma força dissuasora? Como podemos controlar a escalada?", questionou.

A Finlândia, que compartilha uma extensa fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia, encerrou décadas de não alinhamento militar e aderiu à aliança militar da OTAN em 2023, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia. A mudança no panorama nuclear global reforça a relevância da nova posição estratégica do país nórdico.

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