Rússia contra-ataca após ser acusada de divulgar notícias falsas

Rússia contra-ataca após ser acusada de divulgar notícias falsas

Moscou denuncia campanha ocidental para desmoralizar o país

AFP

Rússia contra-ataca após ser acusada de divulgar notícias falsas

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Se a Rússia reagisse a todas as notícias falsas que circulam sobre o país, seus diplomatas teriam que passar dias inteiros apenas desmentindo-as, garante a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores russo, Maria Zakharova. Frequentemente acusada pelo Ocidente de divulgar informações falsas e rumores infundados para provocar desestabilização através de veículos públicos, como RT ou Sputnik, a Rússia decidiu partir para o contra-ataque ativamente e acusa os ocidentais de desinformação.

"Sempre foi assim", embora as notícias falsas "se manifestem sobretudo" quando a Rússia "faz algo positivo em escala internacional, organizando eventos de magnitude, como a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos ou cúpulas internacionais", garante Zakharova à AFP. "Antes, deixávamos muitas coisas sem resposta. Agora respondemos ponto por ponto", garante esta diplomata que criou uma página especial no site do Ministério de Relações Exteriores russo para publicar "exemplos das notícias falsas mais odiosas" que afetam a Rússia, acompanhando detalhadas contestações.

Essa pagina tem, por ora, 60 artigos que desmentem críticas do Times, de Londres, do New York Times, do jornal francês Le Monde e até do russo Kommersant. "Haverá ingerência da Rússia nas eleições na Itália? Talvez não seja necessário" é a manchete de um artigo publicado em março pelo New York Times e apresentado no site do ministério na categoria "É falso!".

Campanha midiática

Neste contra-ataque, a Rússia às vezes comete erros: na quinta-feira, durante uma reunião com a imprensa, Zakharova acusou a AFP de ter usado uma foto editada das redes sociais que pretendia manchar a imagem da Rússia. A porta-voz repetiu as falsas acusações da imprensa russa, embora a AFP nunca tenha usado essa foto - cujo original vem de outra agência internacional.

Após o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha em 4 de março na Inglaterra, atribuído à Rússia pelos britânicos, Moscou negou qualquer envolvimento no caso e denunciou "uma campanha midiática de Londres para acusar a Rússia sem qualquer prova". Em abril, a Rússia e o Ocidente acusaram um ao outro de espalhar "informações falsas" sobre o suposto ataque químico na cidade síria de Duma, que desencadeou bombardeios de Estados Unidos, França e Reino Unido contra as instalações do regime sírio de Bashar al Assad.

Moscou denunciou uma "encenação" de Washington com o objetivo de "dar um pretexto" para uma ação militar contra Damasco. Na França, o RT é alvo de críticas por autoridades desde que, em maio de 2017, o presidente Emmanuel Macron acusou o veículo russo e o Sputnik de terem se comportado como "órgãos de influência (...) e de propaganda enganosa' durante sua campanha.

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