Saiba como foi o conclave dos últimos papas

Saiba como foi o conclave dos últimos papas

Processo para escolha dos três últimos pontífices foi realizado de forma rápida

Correio do Povo
Papa Francisco foi eleito em 2013

Papa Francisco foi eleito em 2013

publicidade

Durante o conclave, os cardeais eleitores se reunirão a portas fechadas na Capela Sistina para definir o sucessor do papa Francisco, que faleceu na segunda-feira aos 88 anos. Segundo as normas do Vaticano, a reunião deve começar entre o 15º e o 20º dia após o falecimento, ou seja, entre 5 e 10 de maio.

Confira abaixo como foi o conclave dos últimos três papas:

1️⃣ Papa Francisco (2013)

A escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio durou pouco tempo: apenas dois dias foram necessários para a eleição do Papa Francisco.

O conclave foi convocado em fevereiro de 2013, pouco depois de Bento XVI anunciar sua renúncia. O processo começou em 11 de março do mesmo ano e, no dia 12, Francisco já era anunciado como novo Pontífice.

2️⃣Papa Bento XVI (2005)

O conclave que elegeu Bento XVI foi realizado em 18 de abril de 2005 e terminou no dia seguinte com o anúncio da eleição do cardeal Joseph Ratzinger, então com 78 anos, para substituir o falecido João Paulo II.

Os 115 cardeais que elegeram Bento XVI se reuniram 16 dias após a morte do “Papa peregrino” que ficou 26 anos nos no Trono de Pedro. Ratzinger já era apontado como favorito para assumir a Igreja por sua proximidade com João Paulo II.

No dia 18 de abril as portas da Capela Cistina se fecharam e, até o meio do dia seguinte, a única comunicação com o mundo exterior foram quatro sinais de fumaça.

Enquanto os cardeais votavam, centenas de pessoas faziam vigília na Praça São Pedro de olho na chaminé onde a fumaça anunciava o resultado da última votação. Por três vezes a fumaça era preta, indicando que novo Sumo Pontífice ainda não estava eleito.

3️⃣ Papa João Paulo II (1978)

O Papa João Paulo II — que tem o terceiro maior papado, de 26 anos, 5 meses e 17 dias — também foi eleito em dois dias, entre 25 e 26 de agosto, mas em oito rodadas de votação.

O conclave de 1978 foi convocado após o curto papado de João Paulo I, que ficou somente 33 dias no cargo, até sua morte. O polonês Karol Józef Wojtyła foi eleito em meio a forte disputa entre o cardeal conservador Giuseppe Siri e o liberal Giovanni Benelli.

Conclave mais longo da história

O conclave mais longo da história foi na eleição do papa Gregório X, que depois de quase três anos, foi concluído em setembro de 1271.

O processo aconteceu em uma época em que a Igreja estava dividida por questões políticas. A votação chegou a um desfecho após deliberações quase intermináveis na cidade de Viterbo, cerca 85 quilômetros ao norte de Roma.

O conclave mais longo da história foi convocado após a morte do papa Clemente IV, em 29 de novembro de 1268. Não há um registro exato de quando a eleição papal para substituí-lo começou naquele ano.

Contudo, a história registra que o sucessor foi eleito em 1º de setembro de 1271, após 33 meses sem o maior representante da Igreja Católica — a mais longa da história.

Veja Também

Como funciona o conclave

Os 135 cardeais eleitores - com menos de 80 anos - seguem para a residência de Santa Marta no Vaticano, onde permanecerão hospedados durante todo o conclave.

  • Na manhã do primeiro dia, os purpurados participam de uma missa solene na basílica de São Pedro. Durante a tarde, vestidos com o hábito coral, eles se reúnem na Capela Paulina do Palácio Apostólico e, em procissão para a Capela Sistina, pedem a ajuda do Espírito Santo.
  • Sob a abóbada pintada por Michelangelo, os cardeais prestam juramento com a mão sobre o Evangelho.
  • Segundo um ritual herdado da Idade Média, o mestre de cerimônia pronuncia a frase "extra omnes" (todos fora). As pessoas que não participam da eleição abandonam a sala e, em seguida, as portas são fechadas. O objetivo é que os cardeais evitem as influências externas.
  • Por sorteio, três cardeais são designados "escrutinadores", outros três "infirmarii" (encarregados de recolher o voto dos purpurados doentes) e três mais como revisores para verificar a contagem.
  • Sentados juntos, os cardeais recebem cédulas retangulares com a frase "Eligo in Summum Pontificem" ("Elejo como Sumo Pontífice") na parte superior, com um espaço em branco abaixo.
  • Os eleitores escrevem o nome de seu candidato à mão, "com caligrafia o mais irreconhecível possível", e dobram a cédula. Em tese, é proibido votar no próprio nome.
  • Cada cardeal se dirige por turnos ao altar, segurando sua cédula no ar para que seja bem visível e pronuncia em voz alta o seguinte juramento em latim: "Ponho por testemunha a Cristo Senhor, que me julgará, de que dou meu voto a quem, na presença de Deus, acredito que deve ser eleito". Deposita sua cédula em um prato e a desliza na urna diante dos escrutinadores, faz uma reverência diante do altar e volta para sua cadeira.
  • Os cardeais cujo estado de saúde ou idade avançada os impede de se aproximar do altar entregam seu voto a um escrutinador, que o deposita na urna em seu lugar.
  • Uma vez recolhidas todas as cédulas, um escrutinador agita a urna para misturá-las, transfere as cédulas para um segundo recipiente e outro cardeal as conta.
  • Dois escrutinadores anotam os nomes, enquanto um terceiro os lê em voz alta e perfura as cédulas com uma agulha no ponto em que está a palavra "Eligo". Os revisores comprovam em seguida que não foram cometidos erros.
  • Se nenhum cardeal conquistar dois terços dos votos, os eleitores procedem a uma nova votação. Exceto no primeiro dia, são previstas duas votações pela manhã e duas pela tarde até a proclamação de um papa.
  • As cédulas e as anotações feitas pelos cardeais são queimadas em um fogão a cada duas rodadas de votação. A chaminé, visível pelos fiéis na praça de São Pedro, expele fumaça preta se nenhum papa for eleito e fumaça branca em caso de eleição do novo pontífice.
  • Após três dias sem definir um pontífice, a votação é suspensa para um dia de oração.
  • O cardeal eleito deverá responder a duas perguntas do decano: "Aceita sua eleição canônica para Sumo Pontífice?" e "Como deseja ser chamado?". Caso responda sim à primeira, torna-se papa e bispo de Roma.
  • Um por um, os cardeais expressam um gesto de respeito e obediência ao novo papa, antes do anúncio aos fiéis.
  • Da varanda da basílica de São Pedro, o cardeal protodiácono anuncia "Habemus papam". Em seguida, o novo pontífice aparece e pronuncia a bênção "urbi et orbi" (À cidade e ao mundo).

👉🏼 Veja também:

Papa simplificou o próprio funeral e será enterrado em caixão simples de madeira

As viagens do papa Francisco na América Latina

“Uma das primeiras perguntas que ele fazia era como estava o RS”, afirma Dom Jaime Spengler sobre papa Francisco


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895