Tumulto no funeral do general Soleimani deixa mais de 50 mortos no Irã

Tumulto no funeral do general Soleimani deixa mais de 50 mortos no Irã

Mais de 200 pessoas ficaram feridas na cerimônia

AFP

Tumulto deixou mais de 50 mortos

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Mais de 50 pessoas morreram, e cerca de 212 ficaram feridas, em um tumulto registrado nesta terça-feira (7), em Kerman, ao sudeste do Irã, onde é celebrado o funeral do general Qassem Soleimani, acompanhado por milhares de iranianos, segundo um novo balanço oficial. De acordo com o chefe do Instituto Médico Legal de Kerman, Abbas Amian, "mais de 50 pessoas morreram".

Já a agência Isna, citando o chefe do serviço de emergência da cidade Mohammad Sabéri, 212 pessoas ficaram feridas, "incluindo um pequeno número em estado grave". O diretor do hospital Bahonar, no centro da cidade, informou que recebeu 13 corpos. Uma família em luto esperava no hall, onde uma lista de nomes de vítimas foi afixada.

O centro de Kerman, cidade natal do oficial que foi morto em um ataque americano na sexta-feira e que será enterrado à tarde, foi invadido por uma maré humana semelhante à que varreu no domingo e na segunda-feira Teerã e outras cidades por onde os caixões do general e de seus companheiros de armas passaram. Chefe da Força Al-Quds, uma unidade de elite encarregada das operações externas da Guarda Revolucionária (Exército ideológico iraniano), Soleimani era o arquiteto da estratégia do Irã no Oriente Médio. Ele foi morto em um ataque de drone americano em frente ao aeroporto de Bagdá.

O processo de "expulsão dos Estados Unidos da região já começou", disse à multidão em Kerman o comandante-chefe da Guarda Revolucionária, major-general Hossein Soleimani. "Nossa vontade é firme. Dizemos a nossos inimigos que vamos nos vingar e que, se eles atacarem novamente, atearemos fogo no que eles adoram", disse em tom enigmático. "Eles sabem de que lugares estou falando", completou.

Nesta terça, o Parlamento iraniano adotou, em caráter de urgência, uma lei que classifica todas as forças armadas americanas como "terroristas" após o assassinato de Soleimani. - 'Terroristas' -Para isso, adotou uma emenda à lei que declara "terroristas" as forças americanas enviadas ao Chifre da África e à Ásia Central, passando pelo Oriente Médio.

A denominação agora se estende a todas as forças americanas, aos responsáveis pelo assassinato de Soleimani e a qualquer pessoa física, ou jurídica, envolvida em sua morte. "O mártir Qassem Soleimani está mais poderoso e vivo agora do que morto" e "mais perigoso para o inimigo", garantiu o chefe da Guarda Revolucionária diante dos caixões do oficial e de seu braço direito, o general de brigada Hossein Pourjafari, expostos entre coroas de flores na praça Azadi, em Kerman.

Elevado postumamente ao posto de general de corpo do Exército, patente inutilizada há anos no Irã, o oficial é amplamente considerado em seu país como um herói pela luta travada contra os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria. Aos olhos dos iranianos, isso permitiu que sua nação multiétnica evitasse a desintegração ocorrida no Iraque, na Síria, ou no Afeganistão. "Estamos aqui para prestar homenagem ao grande comandante da Defesa sagrada", disse Hemmat Dehghan, referindo-se ao papel de Soleimani na defesa do país durante a guerra Irã-Iraque (1980-1988). "Ele era amado não apenas em Kerman, ou no Irã, mas em todo mundo", ressaltou esse veterano, de 56 anos.


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