BM reforça policiamento em Porto Alegre após transferência de presos

BM reforça policiamento em Porto Alegre após transferência de presos

Comandante do CPC não descartou ações repressivas em áreas de tráfico de drogas

Correio do Povo

BM realizou abordagens na avenida Ipiranga durante a manhã desta quarta

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A Brigada Militar (BM) já reforçou o policiamento ostensivo em Porto Alegre após a transferência de 18 apenados identificados como líderes de facções para penitenciárias federais fora do Rio Grande do Sul. A megaoperação, realizada dentro do programa RS Seguro do Governo do Estado, foi deflagrada na manhã dessa terça-feira. Responsável pelo Comando de Policiamento da Capital, o tenente-coronel Rogerio Stumpf Pereira Junior explicou hoje o motivo do aumento do número de policiais militares nas ruas da cidade.

“O objetivo é manter a ordem pública e garantir a segurança da população”, resumiu. Os PMs, segundo ele, atuam “em locais de mais fluxo de pessoas e veículos visando uma ação de presença e visibilidade para que tenhamos uma maior percepção de seguranças nas regiões de Porto Alegre”. Conforme o comandante do CPC, o reforço do policiamento ostensivo, concebido dentro de um planejamento operacional em decorrências das transferências dos criminosos, acontece também em “locais de maior vulnerabilidade”. Ele não descartou a possibilidade de ações repressivas de combate à criminalidade, principalmente em áreas de tráfico de drogas. Barreiras também estão sendo montadas em via pública, com identificação de suspeitos. 

 

O tenente-coronel Rogerio Stumpf Pereira Junior confirmou a vinda de contingente do Interior do RS em sistema de rodízio como apoio.  “Além do policiamento normal, tivemos um aporte de aproximadamente 500 policiais militares para desempenhar essas atividades e operações durante o mês de março”, revelou. A estimativa é de que 1,3 mil policiais militares estejam envolvidos. De acordo com ele, trata-se do efetivo especializado do 2º BPChq de Santa Maria, 3ºBPChq de Passo Fundo, 4ºBPChq de Caxias do Sul e 5ºBPChq de Pelotas, somando-se assim ao 1ºBPChq de Porto Alegre cujo comandante, tenente-coronel Cláudio dos Santos Feoli, adiantou a ação realizada pela tropa. “A missão do batalhão será a entrar nos locais onde os criminosos atuavam”, sintetizou, acrescentando ainda regiões conflagradas com maiores índices dos homicídios. O 1º BPChq está mobilizado sobretudo entre a tarde e madrugada. A mobilização incluiu o uso de um helicóptero do Batalhão de Aviação da BM e até de drones.

A transferência 

A transferência dos 18 líderes de facções criminosas mobilizou nessa terça mais 1,3 mil agentes com emprego de 306 viaturas e sete aeronaves. O planejamento foi realizado há um ano. Ainda na madrugada, o trabalho teve início por volta das 2h, com a preparação para remoção dos detentos que seriam transferidos. Os apenados foram retirados da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC) e da Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC), sendo levados em um comboio único, sob forte esquema de segurança, até a Base Aérea de Canoas.

O vice-governador e secretário estadual da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, declarou ontem que a ofensiva é importante para brecar o desenvolvimento das facções em solo gaúcho. “É um momento muito importante do nosso planejamento transversal e estruturante para fazer do Rio Grande do Sul um Estado mais seguro para se viver e investir. Fazendo valer o império da lei, estamos isolando os presos que haviam ocupado a liderança de grupos criminosos, o que sem dúvida representará um duro golpe na articulação desses bandos”, declarou ontem. 

O procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Fabiano Dallazen, afirmou que vai analisar o caso de cada um dos 15 criminosos que ainda não tiveram a sua transferência autorizada para penitenciárias federais. “A Segurança Pública, junto com o Ministério Público e o Poder Judiciário, e o apoio de várias instituições em âmbito estadual e federal, trabalham para desidratar as facções que alimentavam o crime no Rio Grande do Sul. O resultado dessas ações continuadas tem sido a queda dos índices de criminalidade, e essa ação vem nesse sentido, fortalecendo ainda mais a presença do Estado e buscando o enfraquecimento das facções pelo isolamento de seus líderes”, avaliou.


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