Caso Miguel: advogados de defesa apontam incongruências em depoimento de delegado e MPRS pede pena máxima

Caso Miguel: advogados de defesa apontam incongruências em depoimento de delegado e MPRS pede pena máxima

Enquanto defesa apontou parcialidade no inquérito do delegado, promotoria celebrou detalhes apresentados pelo agente

Rodrigo Thiel

Julgamento caso Miguel

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O primeiro depoimento do julgamento do caso Miguel, feito pelo delegado Antônio Carlos Ractz Júnior, que foi responsável pela investigação do caso, gerou opiniões difusas entre os advogados e promotores que atuam no juri. Em seu relato, o delegado citou a falta de desejo da mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, em encontrar o filho Miguel dos Santos Rodrigues, além de chamar a madrasta do menino à época, Bruna Nathiele Porto da Rosa, de monstro.

A defesa de Yasmin, liderada pelo advogado. Thaís Constantino, divulgou uma nota afirmando que o trabalho do delegado “transpareceu parcialidade” ao demonstrar emoções que “fogem de razões técnicas”. Segundo a advogada, a linha da defesa tentará apontar incongruências no processo. “Manteremos o pedido de condenação da Yasmin dentro das responsabilidades daquilo que ela fez. Ela própria vai falar tudo”, afirmou.

Já o representante da defesa de Bruna, o advogado Ueslei Natã Dias Boeira, aponta que a principal tese é esclarecer aos jurados o nível de participação da cliente no caso. Ele também avaliou o depoimento do delegado Ractz Júnior. “Foi um relato importante pois assumimos o processo em um momento posterior à instrução da primeira fase do juri, não tivemos a oportunidade de questionar o delegado. Então, foi esclarecedor em alguns pontos. Em outros, a defesa não concorda. Entendemos que houve divergência. Durante a nossa fala, vamos expor aos jurados aquilo que a tente entende como pertinente”, falou.

MPRS pedirá pena máxima às rés

Por outro lado, o promotor de Justiça, André Tarouco, considerou o depoimento como “bem articulado” pelo delegado Antônio Carlos Ractz Júnior. “Ele conseguiu sintetizar todos os atos da investigação, dando detalhes inclusive de bastidores e daquilo que foi documentado. Ficou muito claro com esses relatos a demonstração da investigação”, apontou o promotor.

Ele também reforçou a busca pela penalização de forma máxima das duas rés no caso Miguel. “Está muito claro por todo o contexto probatório que as duas participaram, agiram efetivamente em um mútuo acordo e que aquele dia fatídico foi simplesmente a materialização daquilo. Somando todos os crimes, na visão do MPRS, acreditamos em cerca de 60 anos, no mínimo, somando todas as penas, sem diferenciação para a mãe e para a madrasta”, finalizou.


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