Caso Miguel: o que as defesas de Yasmim e Bruna argumentam sobre a morte do menino

Caso Miguel: o que as defesas de Yasmim e Bruna argumentam sobre a morte do menino

As duas defesas condenaram as ações da mãe e da madrasta, mas pediram a diminuição das acusações

Ana Cardoso

Júri Caso Miguel

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A fase de debates do julgamento do Caso Miguel começou na tarde desta terça-feira, no fórum de Tramandaí, quase três anos após o assassinato Miguel dos Santos Rodrigues de sete anos. Foram ouvidas as defesas de Yasmim Vaz dos Santos e Bruna Nathiele Porto da Rosa.

Defesa de Yasmim Vaz dos Santos

O principal argumento da defesa é a falta de intenção por parte da mãe em assassinar Miguel, sendo citado pelos dois advogados. “Ninguém ia acreditar que eu não queria matar meu filho”, diz trecho do primeiro depoimento de Yasmim após a prisão em 2021.

A advogada Thais Constantino foi a primeira a falar. Em seu argumento, condenou as ações da mãe no tratamento de Miguel, chamando de “repugnante” e “horrível”, afirmando que Yasmim era uma “péssima mãe”. “Excessiva? Demais, extrapolou limites? Extrapolou”, afirmou se referindo as agressões.

Thais seguiu sua fala afirmando que as doses de fluoxetina administradas por Yasmim não eram o suficiente para levar uma criança ao óbito. Estando no processo que foi administrado 30mg fluoxetina ao longo do dia, de acordo com a advogada, o medicamento só se torna perigoso a partir de 80mg a partir da bula.

“Ela pode, sim, ter jogado o filho dela no rio vivo”, afirmou a advogada concluindo que causa da morte de Miguel dos Santos Rodrigues não pode ser afirmada.

Com a fala dos dois advogados Thais Constantin e Gustavo Kronbauer da Luz, a defesa encerrou sua fala pedindo a condenação de Yasmim Vaz dos Santos por homicídio culposo em vez de homicídio doloso duplamente qualificado.

Defesa de Bruna Nathiele Porto da Rosa

Os advogados de Bruna, madrasta de Miguel, durante toda sua fala, afirmaram com veemência que a ré agrediu Miguel e ajudou na ocultação do corpo, mas não teve participação na morte.

“A defesa vai pedir a condenação da Bruna pela tortura e pela ocultação do cadáver” afirmou o advogado Ueslei Nata Dias Boeira, primeiro a falar, e repetindo repetidas vezes a frase que “a Bruna não matou o Miguel”.

Foi comentado repetidas vezes pelos três advogados, Rafael Santos Oliveira, Ueslei Nata Dias Boeira e Charline Xavier da Fonseca, a colaboração de Bruna com a investigação, como no momento em que Bruna cedeu a senha do seu telefone para os políciais.

O último advogado da defesa a falar foi Rafael Santos Oliveira, que assim como a defesa de Yasmim, não poupou as represálias contra as ações de Bruna, chamando os atos de “nefastos” e “hediondos”, afirmando que as imagens mostradas em vídeos já apresentados são de “uma conduta absurda”.

“A Bruna não tinha motivação pra isso, a responsabilidade era da mãe do Miguel” afirmou Rafael já no final de seu tempo, mas afirmou que a defesa “não busca absolvição” enquanto pedia ao júri mais de uma vez pelo julgamento dos crimes de tortura e ocultação, não homicídio.

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*Sob supervisão de Paulo Roberto Tavares


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